• Atual presidente é favorito; oposição busca alternativa
- O Globo
BRASÍLIA - Enquanto na Câmara a disputa pela presidência da Casa se dá com uma guerra aberta entre os candidatos, no Senado a eleição é toda feita nos bastidores. A menos de uma semana da escolha, nem mesmo o atual presidente, Renan Calheiros (PMDB-AL), visto como favoritíssimo para a disputa, se lançou oficialmente como candidato à reeleição. A oposição, por sua vez, ainda tenta viabilizar um nome da própria base aliada para evitar um novo mandato para Renan. O PMDB espera oficializar a candidatura do presidente à reeleição apenas no final da semana, por temer que ele ainda seja alvejado pelo Petrolão.
Insatisfeita com o que qualificam como um "enfraquecimento crescente" do PMDB no governo, a cúpula do partido quer agora assumir também a vice-presidência da Casa, que sempre foi ocupada pelo PT.
Mas o PT não pretende abrir mão da vice. Hoje, a primeira vice é ocupada por Jorge Viana (PT-AC). A segunda vice é ocupada justamente por Jucá. Segundo integrantes do PT, o partido analisa os nomes do próprio Jorge Viana e de José Pimentel (PT-CE), atual líder do governo no Congresso, para o cargo.
PSB lança candidatura
Do lado da oposição, o desafio é viabilizar uma candidatura dentro da base capaz de derrotar Renan. Preocupados com um dano maior à instituição, diante de um possível envolvimento concreto de Renan no esquema de desvios e de propina da Petrobras, não só parlamentares da oposição, mas também líderes de partidos da base têm tentado articular a formação de chapas alternativas para sucedê-lo.
E justamente apostando na crise da Petrobras e em eventual desgaste de Renan com o escândalo, o PSB moveu uma peça desse jogo no último sábado e lançou o nome de Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) para a presidência do Senado. Mas num único cenário: se Renan disputar a reeleição.
A decisão do PSB, definida no último sábado, tem o apoio do PDT. O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) endossou o lançamento de Valadares, que, consultado, aceitou colocar seu nome na disputa.
O senador João Capiberibe (PSB-AP), que costurou o acordo, explicou que a condição de lançar Valadares é somente num enfrentamento com Renan..
- A disputa é apenas pela presidência do Senado, e não pelos outros cargos da Mesa Diretora, como se deu em anos anteriores. O nome de Valadares é para mudar a situação que está aí - disse Capiberibe.
Os líderes do PSDB, Aloysio Nunes Ferreira (SP), e do Democratas, José Agripino Maia (RN); senadores e líderes da base como Ciro Nogueira (PP-PI), Walter Pinheiro (PT-BA), e o próprio Cristovam, têm conversado com os senadores Waldemir Moka (PMDB-MS), Ricardo Ferraço (PMDB-ES) e Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC) para convencê-los a montar uma chapa .
- O ideal é ter um candidato da base, para ganhar. Alguém de dentro, que tope e traga votos - diz José Agripino Maia.
Preocupado com essas articulações, Renan tem procurado cada um desses senadores de seu partido para ver a disposição de cada um de levar à frente uma candidatura.
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