Para Dilma, falta de dinheiro não serve de desculpa
• Na primeira reunião do governo, presidente vai cobrar resultados e alertar para cortes pesados nos ministérios
Luiza Damé – O Globo
BRASÍLIA - Em meio à mobilização para a eleição da nova cúpula do Congresso e ao bombardeio às medidas econômicas do governo, Dilma Rousseff fará, amanhã, a primeira reunião ministerial do segundo mandato. A presidente vai dizer aos ministros que o momento é de restrição orçamentária, mas também cobrará resultados e projetos de cada área. Antes mesmo da aprovação do Orçamento Geral da União de 2015, o governo cortou R$ 1,9 bilhão sobre o total que os ministérios podem gastar mensalmente com o custeio da máquina.
Desde que tomou posse, no último dia 1 º de janeiro, a presidente não fez nenhum evento público, mas recebeu os ministros em seu gabinete no Palácio do Planalto para orientá-los sobre a transição. Dilma Rousseff tem dito que "o momento econômico é difícil, e os ajustes nos orçamentos dos ministérios serão pesados, mas que a falta de dinheiro não é pretexto para falta de iniciativas e projetos".
Meta é 1,2% de superávit
O discurso será repetido na reunião, no Palácio do Planalto, em um gesto claro da presidente para dar força à dupla de ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento). A meta da nova equipe econômica é fazer um superávit primário equivalente a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e, nos dois seguintes, de 2%.
Na reunião ministerial, Joaquim Levy vai falar sobre conjuntura econômica, avaliando os cenários nacional e internacional, além de mostrar o impacto das medidas do governo e a necessidade de cortar gastos. Também deverá fazer um balanço sobre sua participação no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, ao lado do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.
A ministra do Desenvolvimento, Tereza Campello, terá um espaço de destaque na reunião. Caberá a ela mostrar os resultados positivos do Brasil sem Miséria no fim estatístico da pobreza extrema no país.
Diante das críticas, inclusive de aliados, às medidas anunciadas desde dezembro, a presidente quer unificar o discurso do governo, ao mesmo tempo em que pretende dar uma resposta positiva à sociedade, mostrando que está agindo. Por isso, os ministros deverão apresentar projetos de suas pastas, tendo como horizonte os próximos quatro anos.
Outro ponto que deve ser levantado na reunião é a crise hídrica no país. Na semana passada, após uma reunião no Palácio do Planalto entre seis ministros, Izabella Teixeira, do Meio Ambiente, pediu que a população consuma menos água e energia.
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