• Candidatos do PMDB e PT à presidência da Casa trocam acusações, enquanto oposição lança duas chapas
Júnia Gama, Cristiane Jungblut – O Globo
BRASÍLIA - Na reta final da campanha pelo comando da Câmara, o clima foi de troca de acusações entre PMDB e PT, numa demonstração do abismo que existe hoje entre os dois principais partidos da base do governo da presidente Dilma Rousseff. A guerra estourou depois que o candidato do PMDB à Presidência da Casa e favorito na disputa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), denunciou que estaria sendo alvo de uma armação supostamente orquestrada pela Polícia Federal, a mando do governo, com o objetivo de constranger sua candidatura. O PT acusou Cunha de ter criado um factoide.
O bate-boca acabou envolvendo Cunha e o próprio candidato do PT, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que tenta se desvincular da pecha de candidato do Palácio do Planalto. Houve radicalizações de ambos os lados, o que levou a disputa a uma polarização entre os dois candidatos da base, deixando escanteado o candidato que representa a oposição, Júlio Delgado (PSB-MG).
Pacote de bondades
Num pacote de bondades, os três principais candidatos prometem manter o salário igual ao dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), hoje em R$ 33,8 mil, e o pagamento de verbas indenizatórias, auxílio-moradia e ainda a construção de novos prédios para abrigar gabinetes mais amplos. Além de Cunha, Chinaglia e Delgado, o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) entrou na disputa na última sexta-feira. O carioca vem com um discurso diferente em relação aos colegas, admitindo, por exemplo, que há "demasias" nos benefícios a que têm direito os parlamentares. Mas, com uma bancada de apenas cinco deputados, há poucas chances de conquistar votos para tornar-se competitivo.
Para ser eleito, é preciso ter o voto da maioria dos 513 deputados, numa eleição com votação secreta. Eduardo Cunha, que é a apoiado pelo PMDB, SDD, DEM, PTB, PSC, PRB e PHS, fez campanha em um jatinho pelos 27 estados. O candidato mais alinhado com o Planalto é o ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia. Ele conta com apoio do PT, PCdoB e PSD. Júlio Delgado, por sua vez, segue como azarão. O deputado tem apoios basicamente em seu partido, no PPS, PV e no PSDB.
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