Montagem do segundo escalão começa agora
• Mercadante afirma que está em jogo ‘apoio parlamentar no Congresso’
Cristiane Jungblut e Chico de Gois
BRASÍLIA - O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, disse ontem que o governo vai deflagrar agora a negociação dos cargos de segundo escalão. Ele admitiu que o governo estava esperando a eleição das Mesas da Câmara e do Senado para fazer as nomeações e disse que o preenchimento dos cargos levará em conta critérios técnicos, mas também o "apoio parlamentar no Congresso". Ontem, Mercadante adotou um tom ameno em relação ao novo presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e não poupou elogios ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), reeleito pela quarta vez.
Nos bastidores, o governo vinha tentando vincular o preenchimento dos cargos do segundo escalão ao apoio ao deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) à Presidência da Câmara. Mas a estratégia não deu certo. Agora, a ideia é negociar como forma de recompor a base.
- O segundo escalão começa a ser montado agora no mês de fevereiro, sob a condução da presidente Dilma. É ela que vai, obviamente, decidir toda essa distribuição de cargos. A partir de agora, inclusive para respeitar a eleição da Casa, começam as negociações com os partidos para definir o segundo escalão - disse Mercadante.
Perguntado se o clima era de "ressaca" diante da derrota na Câmara, Mercadante disse a hora era de muito trabalho. Segundo ele, a conversa com Eduardo Cunha foi rápida e tratou da independência e harmonia entre os Poderes. O ministros deixou clara, porém, a predileção do Planalto pela reeleição de Renan no Senado, que teria "um importante compromisso com a governabilidade". Ele venceu o senador Luiz Henrique (PMDB-SC). Mercadante ressaltou que, no caso do Senado, a base manteve "uma ampla unidade".
- Como disse o presidente Renan, essa eleição já aconteceu. Agora, precisamos pensar nos desafios do Brasil, construir uma agenda. A disputa parlamentar faz parte da democracia, inclusive dentro da base. No Senado, foi reeleito o senador Renan, que tem longa experiência parlamentar - disse Mercadante, lembrando a declaração de Renan de que a eleição da Mesa agora "era passado".
Jornalistas expulsos
Antes de ir ao plenário da Câmara para levar a mensagem do Executivo na sessão de abertura dos trabalhos legislativos, Mercadante se reuniu no cafezinho do Senado com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, o ministro de Relações Institucionais, Pepe Vargas, e o senador Edison Lobão (PMDB-MA). Quando viu a presença de jornalistas que têm acesso ao local, Mercadante pediu que os assessores esvaziassem o local.
Nenhum comentário:
Postar um comentário