• Oposição criticou mensagem da presidente ao Congresso na abertura do ano legislativo e comentou necessidade de investigar os desvios na Petrobrás
Erich Decat e Isadora Peron - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - Integrantes da cúpula do PSDB no Congresso consideraram a mensagem apresentada pela presidente Dilma Rousseff no plenário na tarde desta segunda-feira, 2, como "deslocada da realidade" e "alienada".
Em um ano em que o governo tenta debelar a crise ocasionada pelo escândalo de desvios na Petrobrás, a presidente considerou que o combate à corrupção e a reforma política serão dois temas prioritários em seu segundo mandato. O documento foi lido pelo primeiro-secretário do Congresso, Beto Mansur (PRB-SP), na sessão de abertura do ano Legislativo.
"Só deu para perceber que eles estão falando de outro País, não do nosso. Talvez um do hemisfério norte", ironizou o ex-governador de São Paulo e senador eleito, José Serra. O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), também criticou o conteúdo da mensagem, principalmente no trecho em que foi citada a Petrobrás. "É um acinte ao povo brasileiro na mensagem ter referencia à Petrobrás como um núcleo de eficiência e bons resultados. É um deslocamento da realidade que preocupa. Ao que parece este governo está completamente deslocado da realidade", afirmou o líder tucano.
Na retomada das atividades no Congresso, integrantes da oposição têm encampado a busca por assinaturas para recriar uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar possíveis desvios ocorridos na Petrobrás. Na análise do senador José Serra, é preciso, entretanto, que a oposição não perca o foco criando CPIs de forma aleatória.
"Não tem como o Congresso não acompanhar o caso da Petrobrás. Isoladamente, é o principal tema hoje de investigação no País. O Congresso não poder ficar à margem. Têm muitas outras CPIs no ar, mas não adianta inflacionar as CPIs, o importante é fazer bem feito as que têm", afirmou.
O tucano também falou sobre a atuação da oposição no Congresso nesse início de atividades que ocorrem em meio às derrotas impostas por parte da base aliada ao Palácio do Planalto
"Os problemas de ordem política estão postos. A oposição tem que combinar a crítica, vigilância e mobilização. Tem que estimular a mobilização da população em torno das questões nacionais. A oposição tem que agitar, ao mesmo tempo tem que debater as grandes questões nacionais. O PT não tem, nem dentro nem fora do governo, ideias a respeito do País. Eles não sabem o que fazer. Não sabiam antes e agora muito menos. O que a gente vê é um governo alienado", ressaltou Serra.
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