• Atos pró-governo e em defesa da Petrobras aconteceram em 24 capitais do país e no DF
• Os movimentos foram pacíficos e nenhum incidente foi registrado. participaram do ato 33 mil, segundo a PM, e 156 mil, de acordo com os organizadores
Juliana Castro, Julianna Granjeira, Leticia Fernandes, Rafael Magalhães, Silvia Amorim e Thays Lavor – O Globo
RIO, SÃO PAULO E BRASÍLIA - Atos em defesa da Petrobras, pró-Dilma e contra cortes sociais aconteceram em 23 estados do país e no Distrito Federal até o início da tarde desta sexta-feira. Há manifestações em Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espirito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e no Distrito Federal.
No Rio de Janeiro, ato interdita a Avenida Rio Branco, no Centro, e cerca de mil pessoas, de acordo com a PM, participam do ato na Cinelândia. O discurso de políticos e integrantes de centrais sindicais é de defender Dilma Rousseff e a Petrobras contra as elites, "burgueses" e a "imprensa golpista". O Vice-presidente nacional do PT, Alberto Cantalice, minimizou a radicalização e a preocupação dos petistas com os protestos do próximo domingo, que pedem o impeachment da presidente Dilma.
- Não tem radicalização, eles fazem os protestos deles e nós fazemos os nossos, tudo tranquilo - afirmou.
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) também defendeu Dilma e a Petrobras e conclamou os movimentos sociais a se unirem em um "exército do bem", expressão usada pelo ex-presidente Lula:
- Chamamos de exército do bem essas entidades de luta. Aqueles golpistas não conseguem descer do palanque, não desistem de um terceiro turno - criticou, referindo-se aos partidos de oposição.
Em São Paulo, aconteceu a maior mobilização. Cerca de 12 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, participaram do ato. Manifestantes colocaram adesivos na roupa com dizeres como "Petrobras é do povo!" e "Dilma fica" e integrantes do MST também usam material em apoio à presidente. No entanto, segundo Adir dos Santos Lima, vice-presidente estadual da CUT-SP, as manifestações desta sexta-feira na cidade não são nem a favor nem contra Dilma, e sim em defesa da Petrobras, do direto dos trabalhadores, da democracia e da reforma política. Segundo a CUT, 100 mil participam do evento. A marcha foi tranquila, durou três horas e acabou por volta das 18h.
Em Florianópolis, capital de Santa Catarina, o protesto reuniu cerca de 300 pessoas e foi liderado pelas centrais sindicais, movimentos sociais e estudantes. O movimento começou por volta das 14h30m em frente à catedral metropolitana, no centro da cidade. No caminhão de som, líderes se revezam na pauta de defesa e ampliação dos direitos dos trabalhadores, retirada das MPs 664 e 665, defesa da Petrobras e contra a reforma proposta pela CNI. No jornalzinho que estão distribuindo no local, a manchete diz "Petrobras é nossa e ninguém tasca". Em Curitiba, capital do Paraná, mil pessoas participaram, de acordo com a organização.
De manhã, capitais do Nordeste, Norte e Centro-Oeste foram palco de manifestações organizadas pela CUT. Em Salvador, entre 600 a 800 pessoas se reuniram em frente à sede da Petrobras e ouviram discurso do ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli. O ato na capital baiana terminou por volta das 11h.
Em Maceió, em Alagoas, mil pessoas compareceram, de acordo com os números oficias da polícia. Em Fortaleza, mais de 30 entidades se reuniram. Segundo a Polícia Militar do Ceará (PM-CE) , aproximadamente 700 pessoas participaram do ato em defesa da Petrobras, e que também pedia a reforma política, a retirada das medidas provisórias que alteram leis trabalhistas , a negociação da redução da jornada de trabalho e o fim do fator previdenciário.
No Distrito Federal, 500 pessoas, de acordo com a PM, se concentraram na Praça dos Aposentados e seguiram para a rodoviária do Plano Piloto, em Brasília. Em Manaus, mil pessoas participaram, segundo a PM. Os organizadores contaram 2.500.
Um grupo de aproximadamente 300 pessoas se concentrou na Universidade Federal do Espírito Santo, em Vitória, e seguiu para a sede da Petrobras. De acordo com a CUT, 4 mil participaram do movimento. Eles vestiam camisas vermelhas que trazem o nome do PC do B e da presidente Dilma Rousseff e carregavam bandeiras vermelhas do PC do B e do Brasil. O presidente em exercício do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, desembargador Carlos Roberto Mignone, dediciu, por orientação da Segurança Institucional, que o expediente desta sexta-feira em todas as repartições subordinadas ao Poder Judiciário Estadual localizadas em Vitória, Vila Velha, Cariacica, Serra e Viana iria até às 15h.
Em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, 1.800 pessoas se manifestaram, segundo a Polícia Militar. Em Goiânia, capital de Goiás, foram cem pessoas. Em Macapá, no Amapá, o número de manisfestantes foi de 60 pessoas. Em Cuiabá, no Mato Grosso, 500 pessoas, segundo a PM, sairam em caminhada pelas ruas do Centro da cidade.
Em Belo Horizonte, 1.500 manifestantes participaram do ato. A presidente Dilma, que tinha visita marcada à capital mineira nesta sexta, cancelou a viagem. Ela participaria de um evento de apresentação do balanço da campanha Justiça Pela Paz em Casa, no Tribunal de Justiça, mas, segundo um integrante do palácio, o temor de vaias e fortes manifestações contrárias à presidente levou ao cancelamento. Segundo esse integrante do governo, teria sido detectado um “clima político tenso” na capital mineira, onde Dilma perdeu as eleições do ano passado para o tucano Aécio Neves (PSDB). Oficialmente, a Secretaria de Imprensa do Palácio do Planalto informou que Dilma cancelou a viagem porque sua mãe, Dilma Jane, não está bem de saúde.
Em Recife, 1.500 militantes e lideranças políticas percorreram as ruas do centro do Recife em defesa da presidente Dilma Rousseff, da Petrobras e da reforma política. Entre rodas de ciranda e maracatu, símbolos da cultura pernambucana, as palavras de ordem foram proferidas de cima de um trio elétrico. Segundo a Polícia Militar, cerca de mil pessoas participaram.
O governo chegou a pedir à Central Única dos Trabalhadores (CUT) para que cancelasse a manifestação desta sexta, conforme revelado pelo O GLOBO. O ministro Miguel Rossetto (Secretaria-Geral), a pedido da presidente Dilma, se reuniu com dirigentes da CUT na segunda-feira e conversou por telefone pedindo "reiteradas vezes" a suspensão, para evitar que ela sirva de base para levar mais manifestantes contra o governo às ruas no dia 15, segundo relatou um ministro próximo à presidente. Em nota, o ministro nega que tenha pedido para a CUT cancelar a manifestação.
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