• Stedile discursou durante ato no Rio, que reuniu cerca de 1.500 pessoas, segundo a polícia
• Manifestantes sustentaram que Petrobras foi vítima de grupos isolados que praticaram corrupção
Lucas Vettorazzo e Felipe Gutierrez – Folha de S. Paulo
RIO - Em discurso durante ato no Rio, o líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) João Pedro Stedile chamou o ministro Joaquim Levy (Fazenda) de "infiltrado no governo" e disse que ele promove, em nome do ajuste fiscal, a redução dos direitos dos trabalhadores.
Stedile também afirmou que a presidente Dilma Rousseff deveria "sair do palácio e ouvir os trabalhadores na rua" e classificou o movimento que pede a saída da petista da presidência de golpe.
"Já chega de infiltração de capitalista no governo. Não aceitamos a infiltração de um tal de Levy. Não podemos fazer ajuste à custa do trabalhador. A crise que o Brasil vive é culpa dos capitalistas. Dilma, saia do palácio e venha para rua ouvir os trabalhadores", discursou.
O ato no Rio teve, segundo a Polícia Militar, a adesão de cerca de 1.500 pessoas. Já os organizadores divulgaram que 5.000 participaram do ato, que começou na praça da Cinelândia e terminou com um abraço simbólico na sede da Petrobras.
Convocado por centrais sindicais como CUT (Central Única dos Trabalhadores) e CBS (Central dos Sindicatos Brasileiros), teve a adesão de integrantes do MST, da FUP (Federação Única dos Petroleiros), de movimentos estudantis, do PCdo B e do PT.
Os manifestantes afirmavam estar ali em defesa da Petrobras, argumentando que há no país, por parte da imprensa e da oposição, um desejo de que ela "ou quebre ou seja privatizada".
O tom geral foi de que a petroleira foi vítima de grupos isolados que praticaram os atos de corrupção revelados pela Operação Lava Jato.
"Exército na rua"
Pouco antes de subir no carro de som, Stedile afirmou à Folha que a expressão utilizada pelo ex-presidente Lula há duas semanas, de que "o Stedile vai botar seu exército na rua", foi mal interpretada. "O que ele quis dizer, simbolicamente, foi que os movimentos sociais deveriam colocar nas ruas as suas bases."
A reportagem da Folha flagrou um homem com uma camiseta laranja do Sindipetro NF (Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense) distribuindo notas de R$ 50 reais a um grupo de mulheres de meia idade. Ele não quis falar com a reportagem.
Um rapaz que vestia a mesma camiseta disse à reportagem que era morador de Campos dos Goytacazes e que o dinheiro serviu para pagar a alimentação do grupo.
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