- O Globo
A crise do petróleo que atinge em cheio o Estado do Rio pode ser um bom momento para estimular uma economia mais diversificada, principalmente na capital fluminense, avaliam especialistas. Hoje, a maior parte dos investimentos previstos para a cidade ainda está relacionada a óleo e gás, mas governo e empresas já começam a explorar outras possibilidades.
— Para a capital, pode ser o momento para estimular outros setores, como serviços de ponta, pesquisa e desenvolvimento, tecnologia, informação e comunicação — diz Luísa Azevedo, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
Renata La Rovere, do Instituto de Economia da UFRJ, destaca a vocação para a economia criativa, como o setor audiovisual, e de startups da área de tecnologia:
— O Rio tem diversas incubadoras. As startups podem ser alternativa. Mas são necessárias políticas coordenadas.
Elevar investimentos é essencial para aquecer comércio e serviços, responsáveis pela maior parte dos empregos da cidade.
O impacto da crise na capital, no entanto, ainda é moderado. Embora tenha recuado, o rendimento médio na região manteve-se acima da média nacional em fevereiro, a R$ 2.391, sustentando dados positivos do comércio. O quadro fiscal também é mais favorável. No início do mês, a mesma Standard & Poor"s que rebaixou o rating estadual manteve o grau de investimento da cidade, com nota "BBB", pela "sólida gestão financeira". O país tem hoje a nota "BBB-".
— O Rio se beneficia do turismo, e o percentual de servidores públicos alivia um pouco a deterioração da crise — diz o economista Rodrigo Leandro de Moura, do Ibre/FGV.
Em um sinal de que o comércio ainda é menos afetado, os preços continuam em alta. Na região metropolitana, a inflação ficou em 9,11% em 12 meses, bem acima da média nacional. Para Lúcia Azevedo, da FGV, é questão de tempo:
— A tendência é de algum arrefecimento na inflação. (Marcello Corrêa e Clarice Spitz)
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