- Folha de S. Paulo
No início de 2014, ouvi o seguinte relato, reconfirmado na semana passada. Grandes empresários estavam sendo procurados pelo tesoureiro petista João Vaccari Neto para tratar de doações para a campanha de Dilma Rousseff.
Desconfiados, já que ainda não havia um nome oficial escolhido, os doadores entraram em contato com assessores da presidente para checar se Vaccari estava realmente habilitado para tratar de tal tarefa.
Receberam de Dilma um sonoro não, com o recado de que ele cuidava das finanças do seu partido, não das de sua campanha --para a qual ainda seria escolhido um tesoureiro, missão delegada depois ao atual ministro Edinho Silva.
Bem, Vaccari hoje está preso, Dilma de fato buscou mantê-lo distante da estrutura de seu comitê eleitoral, só que R$ 31 milhões saíram das doações arrecadadas pelo PT e foram parar nos cofres da campanha presidencial da petista no ano passado.
Ou seja, mesmo não querendo Vaccari por perto, por quais motivos exatamente não sei, ele acabou contribuindo de uma forma ou de outra com a saúde financeira de sua eleição. Dizem que isso ocorreu porque estava faltando grana nos cofres da campanha dilmista.
O fato é que o hoje ex-tesoureiro petista voltou a assombrar o Palácio do Planalto, num momento em que acreditava ganhar fôlego para reagir, depois que os protestos de 12 de abril tiveram adesão menor.
Para azedar ainda mais o ambiente, o Tribunal de Contas da União acusou o governo de descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal, dando motivos para a oposição encorpar o coro a favor da abertura de um processo de impeachment.
Enfim, numa semana que parecia boa e ficou ruim, ao menos algo parece entrar nos eixos. O vice Michel Temer está com todo o gás e, se tiver o instrumental necessário, pode arrumar a casa na política. Essencial para recuperar a economia e tirar Dilma do fundo do poço. A conferir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário