- O Tempo (MG)
Foi assim que o senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, finalizou sua entrevista coletiva no último dia 10 de abril, quando se completavam cem dias dos novos governos do PT de Dilma e Pimentel. Lembrava Aécio do naufrágio do navio Costa Concordia. O capitão Francesco Schettino foi um dos primeiros a abandonar o navio, contrariando a regra de que o comandante deve ser o último a deixar o barco. A coordenação da Guarda Costeira, pelo rádio, num repto enfático, bradou: “Volte a bordo, cazzo!” Em resumo, assuma o leme, cumpra seu papel.
Como bem disse Aécio, o pronunciamento do atual governo de Minas beirou o ridículo e o patético. Em vez de apresentar metas e obras, se ateve Pimentel a olhar pelo retrovisor e se empenhar na tarefa nacional que o PT lhe deu de tentar desconstruir a imagem de Aécio e seu governo, como modelo de gestão.
Lembro-me de minha juventude quando discutíamos a tentativa de Stalin de reescrever a história da União Soviética, reeditando o passado, inclusive cortando de fotos históricas seus adversários e dissidentes do PC. E a técnica do dirigente nazista Joseph Goebbels, que advogava que uma mentira repetida infinita vezes viraria verdade. Como disse Aécio Neves em sua entrevista: “O futuro, o governo pode construir. O passado, nenhum governo pode mudar”.
É até possível entender a lógica de Pimentel e do PT. Há uma tarefa nacional prescrita por Lula e pelo PT: é necessário aniquilar Aécio em Minas. Além disso, é uma reação à incômoda conjuntura. Lula, Dilma, Pimentel e o PT mergulharam o país numa crise profunda que só está começando.
Tentam sair para a ofensiva, já que José Dirceu, José Genoino e João Vaccari Neto foram presos. E o Brasil e o mundo assistem perplexos ao maior escândalo da história do país. A última pesquisa Datafolha revela que 63% dos brasileiros querem o afastamento de Dilma e que Aécio lidera as pesquisas hoje. Cerca de 57% das pessoas acham que ela sabia da corrupção e deixou que ocorresse. O PT vive seu pior momento e o dever de casa em Minas é agredir o governo Aécio, reconhecido em todo o Brasil e por instituições internacionais. Mesmo à custa de reviver Stalin e Goebbels.
As grandes obras de Pimentel, em cem dias de governo, são o fim do ensino em tempo integral, que assistia a 180 mil crianças pobres; o fechamento da incubadora de empresas que estimulou jovens cientistas a criarem 70 “startups”, que faturaram R$ 23 milhões desde 2013; o anúncio da compra de um novo jato para o governador, ao custo de R$ 29 milhões; a criação de secretarias desnecessárias e a falta de uma ideia nova.
Caro governador Pimentel, você usufruiu do êxito do governo Aécio: na Linha Verde, na duplicação da Antônio Carlos, no Expominas, na modernização do Hospital do João XXIII, na abertura do Hospital de Venda Nova, no Centro de Especialidades Metropolitano.
Vada a bordo, governador Pimentel! Governe! Menos mentira, menos PT, mais ação! É o que desejam os mineiros!
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Marcus Pestana, deputado federal e presidente do PSDB de Minas Gerais
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