• Expectativa é baseada em monitoramento de redes sociais; em 15 de março, 1,7 mi foram às ruas no país
• No Panamá, Dilma disse que pessoas elevadas à classe media passam a "querer mais e melhor"
Valdo Cruz, Mariana Haubert e Patrícia Campos Mello – Folha de S. Paulo
BRASÍLIA, CIDADE DO PANAMÁ - O governo avalia que as manifestações marcadas para o próximo domingo (12) contra a presidente Dilma Rousseff não terão o mesmo tamanho e impacto dos protestos de 15 de março, quando milhares de pessoas saíram às ruas para pedir, entre outras coisas, o fim da corrupção e o impeachment da petista.
A expectativa da equipe presidencial é baseada no monitoramento das redes sociais nos últimos dias.
Um dos temores era que o depoimento do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, na CPI da Petrobras na quinta (9), pudesse levantar o ânimo dos que são contrários à presidente. Mas a participação do petista não não teve grande repercussão, segundo avaliação do governo.
Apenas os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e José Eduardo Cardozo (Justiça) devem ficar em Brasília para acompanhar a repercussão das manifestações. Cardozo será o responsável por monitorar e informar a presidente sobre o clima dos protestos ao longo do dia.
Também não há previsão de que um ministro se pronuncie ao final do dia. Em 15 de março, Miguel Rossetto (Secretaria Geral) e Cardozo deram uma entrevista coletiva para avaliar as manifestações. Durante a fala dos ministros, transmitida na televisão, houve registro de panelaços em várias capitais.
Segundo o Datafolha, cerca de 210 mil pessoas compareceram à manifestação de março na avenida Paulista em São Paulo. Foi a maior aglomeração medida pelo instituto em um ato político desde as Diretas-Já, no dia 16 de abril de 1984. Naquela data, 400 mil se reuniram no Vale do Anhangabaú.
Já a Polícia Militar calculou em 1 milhão o número de participantes em São Paulo, e 1,7 milhão nas capitais nos protestos de 15 de março.
Classe média
Em discurso no encerramento do do Fórum de CEOs da Cúpula das Américas, no Panamá, nesta sexta-feira (10), Dilma afirmou que o Brasil precisa fazer reformas para melhorar a oferta de serviços públicos para as milhões de pessoas que entraram na classe média e passaram a ter reivindicações.
"Se você eleva 44 milhões de pessoas à classe media, essas pessoas passam a ter reivindicações, passam a querer mais e melhor", afirmou a presidente ao lado dos presidentes Barack Obama, dos EUA, Enrique Peña Nieto, do México, e Juan Carlos Varela, do Panamá.
Dilma voltou a defender o ajuste fiscal. "Estamos fazendo um ajuste fiscal no Brasil porque adotamos medidas anticíclicas nos últimos anos para evitar queda forte no emprego e renda; nós esgotamos a capacidade dessas medidas e agora temos de fazer um reequilíbrio pra continuar crescendo", afirmou.
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