• Integrantes de marcha entre SP e DF se encontraram com Eduardo Cunha
Renata Mariz – O Globo
BRASÍLIA - Um grupo de 20 pessoas que caminhou de São Paulo a Brasília na chamada Marcha pela Liberdade entregou ontem um pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff à Câmara dos Deputados. Eles foram recepcionados na rampa do Congresso Nacional por parlamentares da oposição, sob os olhares de 300 a 400 manifestantes, nos cálculos da Polícia Militar do DF. Apesar do gesto, a oposição não subscreveu o pedido de impeachment, alegando que ficaria impedida de votar quando a matéria for apreciada.
O grupo de manifestantes se reuniu, em seguida, com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a portas fechadas. De acordo com Renan Santos, coordenador do Movimento Brasil Livre (MBL), que organizou a marcha, Cunha se comprometeu a dar um parecer técnico e jurídico sobre o pedido.
- Nosso pedido tem fundamentação. O momento político é favorável e o presidente da Câmara, como político de gabarito que é, sabe disso - disse Renan.
O documento foi formulado, segundo o MBL, pelos juristas Ives Gandra Martins, Modesto Carvalhosa e Adilson Abreu Dallari, com base nas pedaladas fiscais e na omissão supostamente cometida por Dilma. Relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU) acompanham a documentação, que também conta com assinaturas colhidas eletronicamente e durante os protestos de março. Parte delas, no entanto, ainda será anexada. Segundo ele, no total, são cerca de 2 milhões de assinaturas.
- A população não suporta mais conviver com este governo, que infelizmente tem as marcas da corrupção e da mentira - afirmou o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio.
O deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), líder da minoria, destacou que o pedido de impeachment entregue abre um segundo caminho para o afastamento de Dilma. O primeiro seria o pedido de investigação feito pela oposição, na terça-feira, ao procurador geral Rodrigo Janot sobre o envolvimento da presidente nas pedaladas fiscais.
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