• Relatório com proposta de reforma política divide os deputados
Isabel Braga – O Globo
BRASÍLIA - Depois das críticas e da pressão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-PI), a comissão especial da reforma política adiou mais uma vez a votação do relatório do deputado Marcelo Castro. Agora, a votação foi remarcada para a próxima segunda-feira. Anunciado pelo presidente da comissão, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), o adiamento provocou críticas dos integrantes da comissão, que temem uma manobra para levar o texto diretamente ao plenário.
Maia disse que Cunha assumiu o compromisso de aguardar a votação na comissão até terça-feira e só levar o texto para o plenário no fim da tarde. O presidente da comissão voltou a defender que a comissão trabalhe para aprovar um texto que viabilize a votação em plenário, retirando os pontos mais polêmicos, como o que altera o mandato dos senadores.
Temas dividem bancadas
Cunha reúne hoje os líderes partidários para discutir como será a votação da reforma em plenário. Há, no entanto, entre os líderes e deputados, um sentimento de que será muito difícil votar novamente a reforma porque os temas dividem as bancadas. O sistema eleitoral chamado de distritão - que troca o atual proporcional por um no qual os deputados mais votados são eleitos, independente dos partidos - teria o apoio da maioria dos deputados, mas tem dificuldades para alcançar o mínimo de 308 votos exigidos regimentalmente.
Cunha, no entanto, evitou o desânimo e disse que vai cumprir seu papel colocando o tema em votação na próxima semana.
- A reforma não subiu no telhado. Pode ser que desça do telhado, já que está lá há muito tempo - disse Cunha.
O relatório de Castro prevê, entre outras coisas, o financiamento misto das campanhas, permitindo a doação de empresas aos partidos, dois pontos defendidos por Cunha e pela maioria do PMDB. PT e PSDB articulam juntos a retirada do distritão do texto. O relator afirmou que não pretende modificar mais seu relatório.
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