• Votações dos últimos dias revelam um Congresso infiel a bandeiras históricas
Maiá Menezes – O Globo
As últimas votações no Congresso reinventaram o conceito de base aliada. Não há nada sólido no ir e vir de decisões nas casas legislativas sobre os projetos apresentados pelo governo. Um exército se monta a cada nova batalha do Planalto em busca de apoio. E a infidelidade grassa, de forma ainda mais simbólica entre os petistas.
Em nome de uma pacificação, lutando por uma governabilidade que se revelava claudicante já nos primeiros dias de governo, a presidente Dilma Rousseff distribui a aliados parte de seu ministério. O fisiologismo se mostrou insuficiente: partidos contemplados deram um sonoro "não" aos apelos pela aprovação das medidas do ajuste fiscal.
O vice-presidente Michel Temer, alçado a articulador político, entre cafés da manhã e jantares, faz contorcionismos para atrair até mesmo aliados improváveis, como o DEM - um dos fiadores da aprovação da medida provisória que mudou o cálculo do seguro-desemprego.
Fez efeito. Mas tópico. Aos aliados, promessas de cargos de segundo escalão não foram suficientes para garantir uma fidelidade mais perene. Agora, precisando da aprovação de medidas do ajuste que criticou e confrontando "cláusulas pétreas" que sempre defendeu, Dilma vive situação semelhante à da oposição. O PSDB, em nome do embate político, rejeitou bandeiras que sustentou. Mais explicitamente na votação do fator previdenciário. Entre um polo e outro, a base flana, ao sabor das circunstâncias
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