- Folha de S. Paulo
O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, tenta atuar como bombeiro contra os incendiários do PMDB. Ele defende que o partido supere os atritos com o PT e garanta a sustentação do governo Dilma.
À frente de um dos Estados mais afetados pela crise, Pezão tem procurado parlamentares da sigla para pedir um armistício com o Planalto. Nessas conversas, repete que a instabilidade em Brasília tem agravado a crise econômica no resto do país.
"Sempre joguei a favor da governabilidade. Não dá para brincar com o país. O ambiente político ruim não ajuda em nada a recuperação da economia", afirma o peemedebista.
Segundo o governador, a ameaça de abertura de um processo de impeachment estaria levando empresas multinacionais a adiar negócios no Brasil. "Ninguém investe em um país se o presidente está correndo um risco desses", argumenta.
Pezão também critica a tentativa de reabrir a análise das contas da campanha presidencial de 2014. O pedido foi apresentado na semana passada pelo ministro Gilmar Mendes, do Tribunal Superior Eleitoral.
"A democracia é um ativo importante do Brasil. Passou a eleição, temos que obedecer às urnas. Qualquer coisa diferente disso é muito ruim para o país", diz o governador.
Apesar do distanciamento entre Dilma e o vice Michel Temer, Pezão defende que o PMDB permaneça fiel ao governo. Em julho, ele declarou que "quem ajudou a eleger tem que ajudar a governar". Agora, pede moderação ao deputado Eduardo Cunha, também do PMDB do Rio. "Ele não pode levar os problemas dele para todo o Parlamento", adverte.
Assim como o presidente da Câmara, Pezão está na lista da Lava Jato. Ele foi acusado de participar de uma reunião no Palácio Guanabara para acertar repasses de empresas sob suspeita à campanha de Sérgio Cabral em 2010. O governador defende o aliado e nega envolvimento com caixa dois de campanha. "Entrei de gaiato nesse navio", afirma.
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