segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Temer repudia conspiração e reitera apoio a Dilma até 2018

• Líder do PMDB diz que 'intriga e divisão são hoje grandes adversários do Brasil e agravam a crise'

Temer diz trabalhar com Dilma até 2018

• Vice nega conspiração e reafirma apoio após repercussão de citações lidas como sinais de possível rompimento

• Líder do PMDB diz que 'intriga e divisão são hoje grandes adversários do Brasil e agravam a crise'

- Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, RIO e BRASÍLIA - Após afirmar ser difícil que a presidente Dilma Rousseff (PT) chegue ao final de seu mandato caso sua popularidade continue tão baixa e que o Brasil precisa de alguém para reunificá-lo, Michel Temer (PMDB) afirmou que "trabalha e trabalhará junto à presidente Dilma Rousseff para que o Brasil chegue em 2018 melhor do que está hoje".

Em nota divulgada por sua assessoria neste domingo (6), o vice-presidente afirmou que "age nos limites do seu cargo" e que "sua única cartilha é a Constituição".

Ele disse ainda que "não se move pelos subterrâneos" e repudiou a ideia de conspiração: "Não são poucas as teorias de que suas atitudes podem levar à conspiração. Repudia-a. Seu compromisso é com a mais absoluta estabilidade das instituições".

Sobre o apoio ao governo, disse que "todos seus atos e pronunciamentos são nessa direção". Para Temer, "todos devem se unir para superar a crise" e "a divisão e a intriga são adversários e agravam a crise política e econômica".

As falas sobre Dilma haviam sido interpretadas por aliados da presidente como sinais de oportunismo de Temer, que estaria abrindo caminho para eventualmente ocupar a presidência. Ministro do governo Lula, o ex-presidente do PSB Roberto Amaral o chamou de golpista.

A afirmação a empresários sobre a possibilidade de Dilma não concluir o mandato, na quinta (3), animou parlamentares pró-impeachment.

Recentemente, Temer deixou a articulação do governo, cargo que ocupava desde abril. Ele também se queixou a Dilma de que era excluído de decisões importantes.

Dias depois, o vice-presidente recusou sondagem de Dilma para voltar ao cargo. Afirmou, porém, que segue à disposição do Planalto para questões da "macropolítica".

Setores do PMDB têm usado a situação de conflito para pedir que o partido desembarque oficialmente do governo –alguns caciques peemedebistas, como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), já o fizeram.

Entrevista
No domingo à noite, em entrevista veiculada no canal fechado "TV Brasil", o vice disse que a função do homem público é buscar "concórdia" e "aproximar desiguais".

Perguntado se seria hoje o principal porta-voz do empresariado no governo, Temer disse que a afirmação não era "nem errada, nem certa". "Eu levo jeito para isso", afirmou.

O vice citou "circunstâncias" para comentar uma eventual candidatura em 2018: "Na minha vida, nunca escolhi muito o que ia fazer. Eu era levado. Sinto-me muito à vontade [para concorrer] com o currículo que tenho".

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