Regina Alvarez - O Globo
BRASÍLIA - A arrecadação em queda, mês após mês, é o sinal mais evidente de que está muito difícil para o governo fechar as contas do ano. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, assumiu em janeiro prometendo um superávit fiscal primário equivalente a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB ), e as últimas projeções, vazadas por diferentes fontes, indicam que o déficit chegaria a 1,2% do PIB, se regularizadas as pedaladas fiscais, repasses devidos pelo Tesouro Nacional aos bancos públicos.
Os sinais da crise estão em toda parte, e o governo contribui para tornar as expectativas ainda mais sombrias com a comunicação caótica de sua equipe. Nas últimas duas semanas, surgiram dezenas de versões para o tamanho do rombo das contas públicas, que estica ou encolhe a cada reunião. E outras tantas para a fórmula de arrumar as contas.
Para quem assiste de fora, a impressão é que a equipe econômica e o próprio governo estão divididos em relação ao caminho que deve ser adotado na política fiscal. O discurso desarticulado e confuso e os sinais contraditórios não contribuem para recuperar o que o governo mais precisa neste momento: confiança e credibilidade.
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