- Folha de S. Paulo
"Tornou-se fato público e notório que o Governo do Estado do Rio de Janeiro não consegue mais controlar suas contas públicas e se encontra inadimplente com inúmeros prestadores de serviços do setor de saúde."
A frase, da juíza Angélica dos Santos Costa, está na decisão liminar proferida nesta quarta (23) que obriga o Estado a depositar a verba destinada à saúde, mas poderia facilmente ser aplicada a todas as áreas da administração de Pezão (PMDB).
Quebrado por conta da queda vertiginosa da arrecadação, o governo do Rio chega a um fim de ano desesperador, apesar das diversas manobras feitas para tentar aumentar o caixa, cortar gastos e adiar pagamentos devidos, inclusive o de salários de servidores.
Segurança, educação e saúde foram sangrando ao longo do ano com a falência do Estado. Pelo menos 12 hospitais já foram afetados. As UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), bandeira do governo do PMDB desde a gestão Sérgio Cabral (2007-2014), passam por crise tão grave quanto as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), deixando de funcionar 24h e negando-se a receber pacientes.
Como se a penúria não fosse suficientemente desafiadora, há ainda o surto de zika –o Rio registrou 84 casos suspeitos de microcefalia causada pelo vírus, até agora– e o do secretário estadual de saúde, que abandonou o cargo em plena crise.
Para surpresa de ninguém, a crise financeira fluminense chegou à fase de litígio judicial –e o governo, além de começar perdendo, não tem perspectiva de vitórias futuras.
Como quase todos os brasileiros, Pezão deve estar torcendo muito para que 2015 acabe logo. Infelizmente, no caso dele, os esqueletos deste ano vão persegui-lo –o governo já estima um deficit de R$ 10 bilhões no orçamento de 2016, além dos R$ 3 bilhões que restarão a pagar do rombo atual.
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