Por Alessandra Saraiva - Valor Econômico
RIO - O volume de serviços prestados no país teve queda de 5,8% em outubro, na comparação com igual período do ano passado, de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O recuo atingiu todos os segmentos e foi o mais intenso da série, iniciada em 2012. No ano, os serviços acumulam retração de 3,1% e, em 12 meses, 2,5%.
O segmento de transportes, serviços auxiliares e correio registrou a maior queda em outubro (6,7%). Em seguida aparecem os serviços profissionais, administrativos e complementares, com (-7,3%) e serviços de informação e de comunicação, com contribuição (-3,2%). Roberto da Cruz Saldanha, gerente da pesquisa, chamou a atenção para o desempenho do volume de serviços ligados a telecomunicações, com recuo de 4% no período, o mais forte já verificado no setor.
Ao ser questionado sobre se a pesquisa mostra qualquer indício de possível recuperação futura do setor de serviços nos próximos meses, Saldanha afirmou que "à medida que ocorrer uma recuperação do setor industrial a tendência é que o setor de serviços mostre uma recuperação".
O IBGE informou também que a receita nominal do setor caiu 0,4% em outubro, acumulando alta de 1,6% no ano e de 2% em 12 meses. Relatório do Banco Fator sobre a pesquisa, assinado pelos analistas José Francisco de Lima Gonçalves e Julia Araújo, alerta que, se a receita nominal de serviços for deflacionada pelo componente de serviços do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que funciona como uma espécie de aproximação para a evolução da receita real, o resultado seria de queda em 8,4% na comparação interanual, ante recuo de 8,1% em setembro. Em 12 meses, a queda na receita se aprofundaria, passando de - 5,4% em setembro para -5,8% em outubro.
No relatório, o banco afirma que, apesar da recente queda observada no volume de serviços prestados às famílias, o componente de serviços do IPCA, ainda que com composição distinta, segue com aumento ao redor de 8% ao ano.
Segundo o Fator, embora com contração na receita, na comparação interanual, a alta dos preços no setor não sinaliza recuo do ponto de vista dos indicadores de inflação. "A queda na quantidade pode trazer alguma melhora, embora tal descasamento ocorra há mais de um ano", afirmaram os analistas.
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