Após troca de acusações, as alas do PMDB pró e contra o impeachment iniciaram uma tentativa de reconciliação em jantar que reuniu, em São Paulo, o vice Michel Temer e o prefeito e o governador do Rio, Eduardo Paes e Luiz Fernando Pezão.
Após acusações, Temer e PMDB do Rio ensaiam reaproximação
• Avaliação é que guerra interna dos últimos dias enfraquece o partido
Fernanda Krakovics Simone Iglesias - O Globo
-RIO e BRASÍLIA -Depois da guerra aberta nos últimos dias, as alas do PMDB favoráveis e contrárias ao impeachment da presidente Dilma Rousseff iniciaram uma reaproximação. A avaliação é que a divisão interna enfraquece o partido.
Um jantar na noite de anteontem reuniu o vice-presidente Michel Temer; o prefeito do Rio, Eduardo Paes; o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão; o ex-governador Sérgio Cabral; e o ex-ministro Moreira Franco. O encontro aconteceu na casa do vicepresidente, em São Paulo.
Ao abrir a conversa, Cabral expôs, segundo participantes do jantar, a dificuldade financeira que o Estado do Rio enfrenta e ressaltou que haverá Olimpíadas no ano que vem, para dizer que, do ponto de vista administrativo, o PMDB fluminense não tem condições de brigar com a presidente Dilma.
Ainda de acordo com participantes do encontro, Cabral afirmou que, diante da crise econômica e da fragilidade financeira de estados e municípios, é fundamental que o PMDB mantenha a unidade, já que é o partido que tem maior capilaridade.
Temer está preocupado em garantir sua reeleição para a presidência do partido em março. No jantar, o PMDB do Rio sinalizou com apoio. Essa aliança ficou em xeque depois que o vice-presidente trabalhou para destituir o deputado Leonardo Picciani (RJ) da liderança do partido na Câmara. Com o apoio do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Picciani e o PMDB do Rio tentam barrar o impeachment.
Em outra frente, Moreira almoçou ontem com o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio, Jorge Picciani, pai do líder do PMDB na Câmara. Os dois já haviam se encontrado semana passada.
— Se não houver unidade, vai ter explosão. Não sei se vamos virar Hiroshima ou Nagasaki. Temos que trabalhar pela unidade — disse Moreira ao GLOBO.
Apesar de senadores do PMDB articularem o lançamento do ex-senador José Sarney (PMDB-MA) para a presidência do partido, pessoas próximas ao presidente do Senado afirmam que ele deve esperar “a poeira baixar” e tentar recompor sua relação com o vice, para reunificar a sigla.
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