• Em troca de mensagens, obras em sítio e no Guarujá seriam para o ‘chefe’
- O Globo
O dono da empreiteira OAS, José Adelmário Pinheiro, mais conhecido como Léo Pinheiro, e o funcionário da empresa, Paulo Gordilho, trocaram mensagens por telefone sobre as reformas no tríplex do Guarujá e no sítio de Atibaia, dois imóveis relacionados ao ex-presidente Lula que são investigados na Operação LavaJato, segundo reportagem da revista “Veja” que será publicada hoje.
Uma das trocas de mensagem foi publicada pelo site da revista na noite de ontem, ao divulgar a capa da publicação. De acordo com a “Veja”, na época da reforma do sítio, em 2010, Paulo Gordilho escreveu a Pinheiro:
“O projeto da cozinha do chefe está pronto. Se (puder) marcar com a Madame, pode ser a hora que quiser.”
Pinheiro responde ao funcionário: “Amanhã, às 19hs. Vou confirmar. Seria bom também ver se o do Guarujá está pronto”.
Gordilho replica: “Guarujá também está pronto”.
Léo Pinheiro finaliza: “Em princípio, amanhã às 19h”.
Sitio em Atibaia.
“Projeto da cozinha do chefe está pronto”, diz funcionário ao dono da OAS em mensagem de 2010
A troca de mensagens reforça a tese de que obras realizadas pela OAS no tríplex 164-A do edifício Solaris, no Guarujá (SP), e também no sítio de Atibaia, que pertence aos empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna, na verdade tinham como beneficiário final o ex-presidente Lula.
Procuradores que investigam o caso acreditam que a “madame” mencionada na troca de mensagens seria a mulher de Lula, Marisa Letícia. O “chefe” seria Lula. Depois que a reforma do imóvel do Guarujá veio à tona, o ex-presidente, que já havia pagado por boa parte de uma cota no edifício, desistiu de adquiri-lo.
Em depoimento ao Ministério Público, um gerente da loja Kitchens, especializada em itens de cozinha, afirmou que o executivo da OAS Paulo Gordilho foi pessoalmente encomendar e pagar os móveis da cozinha e da área de serviço do sítio em Atibaia.
Donos do sítio, Bittar e Suassuna são sócios de Fábio Luís, filho do ex- presidente Lula. Em nota divulgada no fim de janeiro, o Instituto Lula confirmou que Lula usava o espaço em momentos de lazer, mas escreveu que “a tentativa de associá-lo a supostos atos ilícitos tem o objetivo mal disfarçado de macular a imagem do ex-presidente”.
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