quinta-feira, 10 de março de 2016

Um domingo para fazer história - Roberto Freire

- Blog do Noblat / O Globo

Quanto mais o governo de Dilma Rousseff faz o Brasil mergulhar na crise e sofrer com o desemprego, a inflação e a recessão econômica, além do profundo envolvimento com a corrupção revelada pela Operação Lava Jato, mais os cidadãos se motivam para tomar as ruas neste domingo, dia 13 de março, e protestar contra o desmantelo do lulopetismo. As novas manifestações convocadas por movimentos sociais e que contam com a adesão dos partidos de oposição, que pedem o impeachment da presidente da República, têm tudo para se transformar nos maiores atos de protesto da história brasileira e todos os cidadãos estão convidados a fazer parte deste momento especial.

A desfaçatez de Dilma, Lula e os seus, que estrebucham contra o avanço das investigações, tentam intimidar a Justiça e se colocam acima das leis do país, chega às raias da irresponsabilidade quando o ex-presidente insufla a militância e a convoca para reagir contra um suposto “golpe” destinado a liquidar o PT – apenas porque foi levado a prestar depoimento sob condução coercitiva, prática absolutamente comum e que atingiu outros investigados por corrupção durante todo o desenrolar da Lava Jato. O PT aposta no conflito e na divisão do país entre “nós” e “eles”, jogando brasileiros contra brasileiros e exigindo um tratamento diferenciado àqueles que se veem enredados em uma teia de conexões criminosas e indícios fortíssimos de ilegalidades.

Nossa melhor resposta às bravatas lulopetistas será dada nas ruas no próximo domingo. Em paz, sem aceitar provocações, manifestaremos nosso compromisso com a democracia e a defesa inegociável da Lava Jato e das instituições republicanas, protestando contra a corrupção e o desmantelo que tomou conta do país nos últimos 13 anos.

É importante ter a consciência de que as manifestações precisam aglutinar, e não dividir. Não devem ser discriminados aqueles que desejam participar dos protestos, independentemente de filiação a partidos políticos ou quaisquer outras organizações. Todos aqueles que quiserem cerrar fileiras contra a corrupção e pelo impeachment de Dilma serão bem-vindos. Em meados dos anos 1970, na emblemática Revolução dos Cravos em Portugal, uma das canções que quase se transformou em hino das manifestações pela derrubada da ditadura salazarista era “Traz outro amigo também”, do cantor português José Afonso (popularmente conhecido como Zeca Afonso), que serviu para angariar apoio e inflamar ainda mais a multidão. Ao fim e ao cabo, a música escolhida como tema dos protestos foi outra, “Grândola, Vila Morena”, mas podemos nos inspirar no exemplo português que sensibilizou o mundo e incentivar as pessoas a trazer mais um amigo no dia 13 para engrossar o coro em defesa da democracia.

A grave denúncia do senador petista Delcídio do Amaral – de que Dilma e Lula tentaram obstruir os trabalhos da Justiça na investigação do petrolão –, assim como a suspeita do envolvimento direto do ex-presidente e seus familiares em tenebrosas transações trazidas à tona pela Lava Jato apenas reforçam a dimensão do projeto criminoso de poder instalado a partir do Palácio do Planalto desde quando o PT chegou ao governo federal. É hora de dar um basta nesta sofisticada organização criminosa que tomou de assalto o Estado brasileiro e derrotá-la democraticamente, sem ódio e sem medo, de peito aberto, em paz e com o espírito leve de quem está pronto para dar as boas-vindas a um novo Brasil.

O 13 de março anunciará um novo tempo. A partir deste domingo, começaremos a deixar para trás o lulopetismo, que tanto nos infelicita, e escreveremos juntos uma nova página de nossa história. O Brasil se levantou e vai se encontrar com seu destino, pois é muito maior que Dilma, Lula e o PT. Eles não estão acima das leis e não podem cometer crimes ou atacar as instituições da República impunemente. Com a força de milhões de brasileiros que ocuparão as ruas de todo o país, o impeachment ganha um impulso definitivo e se impõe, pelo bem do Brasil. Domingo é dia de fazer história.
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Roberto Freire é deputado federal por São Paulo e presidente nacional do PPS

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