• Com a ajuda de governadores e do ex-presidente Lula, o Planalto conseguiu estancar a perda de apoios iniciada na terça-feira; Placar do Impeachment do 'Estado', contudo, indica que opositores de Dilma mantêm votos necessários para afastamento
- O Estado de S. Paulo
O governo conseguiu nesta sexta-feira, 15, com a ajuda de seis governadores, estancar a debandada de votos de deputados iniciada na terça-feira passada com a saída do PP da base. A oposição, no entanto, permaneceu, segundo o Placar do Impeachment do Estado, com o total de apoios necessários para aprovar o impeachment da presidente Dilma Rousseff na sessão prevista para o próximo domingo, 17, no plenário da Câmara.
Às 17 horas desta sexta, o placar alcançou 347 posicionamentos pró-impeachment. Esse número, contudo, foi caindo e, até as 23h50, eram três votos favoráveis à saída da petista a menos. O placar do Estado contabilizou, até este horário , 344 votos pelo afastamento de Dilma.
Apesar do esforço concentrado dos governistas, a oposição à presidente ainda se diz confiante de que o impeachment será aprovado no domingo. O deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) rechaçou a tese de que se trata de uma onda a favor do governo. “Eles conseguiram apenas um voto e dizem que foram muitos. Se você quiser, posso te dizer também que consegui mais 50 votos”, disse. De acordo com líderes oposicionistas, o assédio do Palácio do Planalto aos deputados inclui promessas de cargos e cobranças de compromissos assumidos no passado. Na Câmara, teve início nesta sexta a primeira sessão que debaterá e analisará o impeachment de Dilma. A votação deve ocorrer no domingo à noite.
Dilma cancelou um pronunciamento que faria à noite em cadeia de rádio e televisão. Ela foi aconselhada a desistir por questões jurídicas e pelo temor de um novo panelaço. No vídeo, que seria divulgado nas redes sociais, a presidente disse que a palavra golpe estará estampada na testa dos deputados que votarem a favor do afastamento. “Podem justificar a si mesmos, mas nunca poderão olhar nos olhos da Nação, porque a palavra golpe estará para sempre gravada na testa dos traidores da democracia.”
Segundo parlamentares que estiveram com Lula nesta sexta em um hotel de Brasília, o ex-presidente tem feito uma avaliação “realista” sobre a votação e não dá a disputa por perdida, mas reconhece grande dificuldade.
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