• Protestos, que tiveram até uma ‘lavagem’ do gabinete, ajudaram a elevar pressão sobre ministro
Renata Mariz, Evandro Eboli Eduardo Barretto - O Globo
-BRASÍLIA- A “demissão” de Fabiano Silveira começou a ser desenhada logo cedo com o protesto dos servidores da antiga Controladoria-Geral da União (CGU), hoje Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle, na sede do órgão. Com cartazes e gritos de guerra que chamavam Silveira de “ex-ministro”, os funcionários promoveram uma “faxina” simbólica na entrada do gabinete de Silveira e nas escadas do prédio do ministério.
Vassouras coloridas deram o tom da “higienização” feita no protesto bem-humorado. Nas faixas, o ministério era tratado pela sigla “Tráfico”, referência às sílabas iniciais de cada tema do nome da pasta e em crítica às mudanças consideradas inadequadas pelos servidores. Além da saída de Silveira, flagrado em gravações comprometedoras, eles reivindicavam o retorno da CGU, ligada à Presidência da República. Para os funcionários, a alteração promovida por Temer esvaziou o órgão, deixando-o vulnerável à ingerência política.
A divulgação dos áudios de Silveira levou os servidores a antecipar uma marcha que estava prevista para hoje. Cerca de 300 servidores da antiga CGU, nos cálculos da organização, fizeram uma caminhada até o Palácio do Planalto. As faixas não economizaram críticas contra Silveira: “Fora, capanga de Renan!”, “Temer, demite”, “Procurado! Cadeia já!” e “Tchau, querido!”.
No ato, eles também pediram a aprovação da PEC 45/2009, que coloca no texto constitucional a CGU como órgão “de natureza permanente”.
Uma das líderes do movimento, com megafone em punho, comandava o coro:
— Viemos comunicar que o senhor Fabiano Silveira está demitido pelos servidores da CGU.
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