Por Estevão Taiar - Valor Econômico
SÃO PAULO - O deputado federal Bruno Covas (PSDB-SP) será o candidato a vice-prefeito de São Paulo na chapa do também tucano João Doria. O anúncio será feito oficialmente ao meio-dia de hoje, em hotel na zona sul da capital paulista.
Três nomes foram os principais cotados pela campanha de Doria para a vaga de vice: o vereador Mário Covas Neto, presidente do diretório municipal da sigla e tio de Bruno; o deputado federal Ricardo Tripoli; e Bruno, o mais jovem dos três, com 36 anos, e quarto deputado federal mais votado no Estado de São Paulo nas eleições de 2014.
O escolhido era também o preferido do governador Geraldo Alckmin (PSDB), padrinho político e principal fiador da campanha de Doria. Bruno é neto de Mário Covas (1930-2001), que governou o Estado de 1995 até sua morte, e entre 2011 e 2014 foi secretário de Meio Ambiente do atual governador paulista. Em 2012, disputou as prévias tucanas para a prefeitura, mas desistiu no meio da corrida.
Às vésperas da eleição que o consagrou deputado federal, em 2014, Bruno teve que dar explicações públicas sobre a conduta de um apoiador, Mário Welber, funcionário licenciado da Cetesb, que foi preso no Aeroporto de Congonhas com R$ 102 mil em dinheiro vivo e 16 cheques em branco assinados pelo contador da campanha. Na época, a assessoria de Covas alegou que Welber estava de passagem pela capital por motivos particulares e que levaria os cheques a São José do Rio Preto, a pedido do contador. O dinheiro, segundo Welber, seria para a compra de um carro em São Paulo.
O Tribunal Regional Federal da 3ª Região negou em junho deste ano pedido de habeas corpus feito pela defesa de Welber, que requeria a devolução do dinheiro. O inquérito tramita em sigilo na Superintendência da Polícia Federal.
Enquanto for candidato a vice-prefeito, Bruno Covas manterá normalmente o seu mandato de deputado federal. Caso Doria seja eleito, ele precisará abandonar a Câmara ou o cargo de vice.
Doria também segue trabalhando para atrair mais siglas para a sua coligação, que já tem 11 partidos. Ontem, no anúncio do apoio do PTC, o tucano disse que as conversas estão abertas com diversas siglas, entre elas o PSC, o último dos partidos com algum destaque que ainda não está alinhado com nenhum candidato. A sigla pretendia lançar o deputado federal Marco Feliciano na disputa pela Prefeitura, mas nos últimos dias se aproximou do deputado federal Celso Russomanno, candidato pelo PRB.
Pouco antes das 21h, Doria confirmou a escolha de Bruno Covas como seu companheiros de chapa. A ideia desde o início da candidatura do empresário e apresentador de televisão era ter um tucano como companheiro, visando a união partido. Doria é alvo de processo de abuso de poder econômico movido por dois caciques do PSDB, o ex-governador Alberto Goldman e o senador José Aníbal.
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