Italo Nogueira - Folha de S. Paulo
RIO - O deputado Pedro Paulo (PMDB-RJ), oficializado nesta quarta-feira (20) como candidato à Prefeitura do Rio, afirmou esperar ter em seu palanque o presidente interino Michel Temer.
Ex-aliado da presidente Dilma Rousseff, o deputado afirmou que o governo Temer, há dois meses no cargo, já fez o país começar a "virar a página da crise política e econômica".
"O presidente Michel Temer é do meu partido. O país está virando a página da crise política e econômica que atravessamos ao longo dos anos. O PMDB estabeleceu o hábito aqui no Rio de trabalhar em parceria. Espero que ele venha para o meu palanque", disse Pedro Paulo, que votou a favor do afastamento de Dilma.
Em seu discurso, o peemedebista agradeceu, além do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), principal fiador de sua candidatura, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, investigado na operação Lava Jato. Em viagem, ele não estava presente à convenção do partido.
O PMDB confirmou a candidatura após meses de indefinição por causa da investigação que corre no STF contra o deputado por suspeita de agressão à ex-mulher. O principal fiador de seu nome foi o atual prefeito, que o chamou na convenção do PMDB de "supercidadão, superpai e supermarido".
"Os boatos de que ele não seria candidato vieram dos adversários, que não queriam enfrentá-lo na eleição. Ninguém coliga com candidato que não tenha chance eleitoral", afirmou o presidente do PMDB-RJ, Jorge Picciani, referindo-se à aliança de 16 partidos em torno de Pedro Paulo.
O candidato indicou que vai responder a eventuais ataques em relação àinvestigação de agressão com o parecer da Polícia Federal, que solicitou arquivamento do caso. O inquérito, contudo, segue em andamento.
"Há oito meses venho sendo questionado e esclarecido com a verdade. Fiquei muito feliz quando a PF, da qual todos conhecem o rigor, sugeriu o arquivamento do caso. Mas vamos deixar a PGR [Procuradoria-Geral da República] concluir o inquérito", disse Pedro Paulo.
Seus aliados tentaram escolher uma mulher como candidata a vice-prefeita. Mas após duas recusas das deputadas Marta Rocha (PDT) e Cidinha Campos (PDT), o posto segue vago. O PDT deve indicar o deputado Bebeto (PDT), ex-jogador da seleção brasileira.
Guarda armada
Pedro Paulo foi secretário de Paes ao longo dos sete anos, tendo ocupado a Casa Civil e a Coordenação de Governo. Apesar disso, uma das principais propostas do peemedebista diverge da posição do atual prefeito.
O candidato defende que guardas municiais possam usar arma durante o trabalho, medida rejeitada pelo padrinho político.
"Eles devem ter o porte funcional da arma, entregando a arma no fim do expediente. O objetivo é não fazer o trabalho da polícia, mas ser complementar a eles", disse o candidato do PMDB.
Os ataques aos adversários ficaram sob responsabilidade de Paes. Ele criticou o senador Marcelo Crivella (PRB) –"preposto do bispo [Edir] Macedo"–, os deputados Marcelo Freixo (PSOL) –"inspirado na Venezuela, onde não se compra mais nem comida"– e Alessandro Molon (Rede) –"não sabe se é PT ou não é".
Também são pré-candidatos ao cargo o senador Romário (PSB), os deputados Jandira Feghalli (PC do B), Carlos Roberto Osório (PSDB), Índio da Costa (PSD) e Flávio Bolsonaro (PSC).
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