Enfim, decidido o afastamento definitivo de Dilma Rousseff. Com uma demora que teve custo adicional para as contas públicas. E com o legado da enorme depressão da economia, por parte dos governos lulopetistas. Cuja “hegemonia” foi construída e operada por dois ingredientes básicos: a “corrupção sistêmica” com o desvio de vultosos recursos das estatais e de outros órgãos do governo federal, e o desbragado aparelhamento partidário da máquina político-administrativa da União. Mas essa fase deletéria e destrutiva da vida do país felizmente está sendo ultrapassada e com plena preservação das instituições democráticas.
Agora, o que temos à frente, como fatores predominantes dos cenários político e econômico até 2018, são duas alternativas. A batalha em torno de uma agenda reformista proposta pelo governo Michel Temer, voltada para o enfrentamento e a superação desse nefasto legado, a partir da busca do decisivo reequilíbrio fiscal.
Ou uma progressiva rendição do novo governo ao peso da teia de interesses corporativistas – que se estendem dos representativos de segmentos do empresariado e da elite do funcionalismo até os do sindicalismo trabalhista –, díspares e contraditórios mas convergentes no bloqueio à quebra do gigantismo estatal e no ataque às causas da crise fiscal (como o perigoso avanço do déficit do sistema previdenciário). Interesses exacerbados durante os governos do PT, cuja articulação é prioridade tática do oposicionismo lulopetista.
Influentes também em parcela da federação peemedebista e nos grupos do chamado Centrão. E a alternativa que for adotada terá seus efeitos políticos e eleitorais condicionados pela sequência e pelas conclusões judiciais das investigações da Lava-Jato, e paralelas.
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Jarbas de Holanda é jornalista
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