• Com 88% dos eleitores já decididos, há pouca margem para reviravoltas
Alan Gripp - O Globo
Debate dificilmente mudará cenário no Rio. Aciência política é pródiga em teorias, muitas delas sobre como os debates são percebidos. O fato é que cada cabeça (de eleitor) é uma sentença. Onde um vê firmeza, outro enxerga arrogância. Uma postura tranquila é também interpretada como passividade.
Dito isso, como o debate de ontem vai influenciar o voto dos cariocas? Não foram poucos os que dedicaram a noite de sexta-feira para assistir ao embate final. Segundo a TV Globo, o confronto teve média de 26 pontos de audiência, chegando a pouco mais de um milhão de domicílios.
O debate teve a ofensiva esperada de Marcelo Freixo, 17 pontos atrás na última pesquisa Ibope. A surpresa foi o comportamento olímpico de Marcelo Crivella. Enquanto o candidato do PSOL tentava encaixar golpes, seu adversário se esquivava dos temas polêmicos trocando de assunto.
Freixo pareceu ansioso. Crivella, ao contrário, seguro. Enquanto o candidato do PSOL buscava os pontos fracos do inimigo, o senador estava mais preocupado em falar ao eleitor. “Você não quer saber de religião, quer saber de emprego”, disse Crivella.
Essa é, claro, apenas uma leitura. De todo modo, ainda que possa ter gerado percepções diferentes, elas dificilmente representarão uma diferença significativa entre o desempenho dos candidatos. Portanto, num ambiente em que 88% dos eleitores já se decidiram, segundo o Datafolha, o debate dificilmente será capaz de mudar o rumo da eleição.
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