- Folha de S. Paulo
"Fé na Justiça" foi a expressão usada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ao celebrar decisão do ministro Teori Zavascki (STF) que suspendeu a operação da Polícia Federal realizada na Casa no último dia 21.
Segundo Renan, a medida "é uma demonstração de que não podemos perder a fé na Justiça e na democracia e que o funcionamento harmônico das instituições é a única garantia do Estado democrático de Direito".
Faz sentido a declaração. De certo modo, há circunstâncias em que só a fé na Justiça, por exemplo, mantém viva a crença em sua celeridade, sobretudo nos casos de políticos com foro privilegiado na Suprema Corte.
Vejamos a situação do próprio presidente do Senado. O peemedebista é alvo de 12 inquéritos no STF, oito deles ligados a possíveis desvios apurados pela força-tarefa da Lava Jato.
O mesmo STF que foi ágil em suspender a ação da PF no Senado não julga denúncia entregue há mais de três anos e meio em que Renan é acusado de usar um lobista de uma empreiteira para pagar despesas de uma filha dele com uma jornalista.
O caso é lá de 2007. Naquele ano, o senador renunciou à presidência do Senado. A denúncia contra ele (por peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso) foi protocolada pela Procuradoria-Geral da República em janeiro de 2013, pouco antes de Renan voltar a comandar a Casa.
No começo deste mês, o ministro Luiz Edson Fachin anunciou que, enfim, liberou os autos para o plenário do Supremo decidir se transforma ou não o senador alagoano em réu.
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