• Além de presidente, favorito, outros cinco deputados se candidataram
André de Souza, Carolina Brígido e Leticia Fernandes - O Globo
-BRASÍLIA- A pouco mais de 12 horas do início da eleição para a presidência da Câmara, o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou os pedidos dos adversários do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que queriam impedi-lo de disputar a reeleição. Com isso, o deputado fluminense chega à disputa marcada para começar as 9h como favorito para ficar mais dois anos no posto.
Assim que o ministro se posicionou, Rodrigo Maia disse que a decisão foi positiva, mas não o melhor caminho para a Câmara, porque, segundo ele, o foco da discussão foi a Justiça, e não propostas para a Casa:
— A gente sempre teve a clareza da possibilidade da candidatura, mas sempre entendemos que essa era uma questão interna da Câmara. Mesmo sendo uma decisão positiva, não foi o melhor caminho para a Câmara — disse Maia.
Além de Maia, há mais cinco postulantes ao cargo: Jovair Arantes (PTB-GO), Jair Bolsonaro (PSC-RJ), André Figueiredo (PDT-CE), Júlio Delgado (PSB-MG) e Luiza Erundina (PSOL-SP). Maia e Jovair, seu principal adversário na eleição de hoje, passaram o dia pedindo votos ontem, indo de gabinete a gabinete na Câmara. O PT, que flertou com Maia, acabou fechando apoio a André Figueiredo, candidato do PDT.
A decisão de Celso foi tomada em três ações: uma apresentada por Rosso, Arantes, Delgado e Figueiredo; outra de autoria apenas de Figueiredo; e uma do deputado Ronaldo Fonseca (PROSDF). Havia ainda mais uma ação, ajuizada pelo Solidariedade, partido presidido pelo deputado Paulo Pereira da Silva (SP), pedindo que Maia fosse proibido de ser candidato. Mais cedo, Rogério Rosso, Jovair Arantes, Júlio Delgado, André Figueiredo e Paulo Pereira da Silva se encontraram com Celso de Mello.
A primeira consequência da decisão de Celso de Mello foi a desistência do deputado Rogério Rosso. Com seu partido tendo formalizado há dias a aliança com Maia, Rosso anunciou ontem à noite que, diante da decisão do STF, não disputaria mais.
— Desde o início desse processo tinha confiança que o STF se posicionaria antes da eleição e assim o fez. Portando na direção da governabilidade e na busca do consenso não vou registrar minha candidatura. Precisamos de estabilidade na Câmara para garantir estabilidade nessa dura travessia que teremos pela frente.
A Constituição afirma que as mesas diretoras do Congresso serão eleitas para um mandato de dois anos, sem possibilidade de reeleição dentro da mesma legislatura. Maia alegava que a vedação para disputar novamente não se aplica a ele, uma vez que foi eleito para um mandato-tampão de seis meses.
Os partidos que apoiam a reeleição de Maia formaram um bloco que reúne 13 partidos, que representam 359 deputados. Com isso, eles terão a possibilidade de ficar com todas as vagas titulares na Mesa Diretora. Assim, restarão aos blocos da oposição e dos apoiadores de Jovair Arantes (PTB-GO) apenas vagas de suplência. (Colaboraram Eduardo Bresciani e Simone Iglesias)
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