Por Claudia Safatle e Fábio Graner | Valor Econômico
BRASÍLIA - O corte de gastos do Orçamento que será anunciado hoje, juntamente com o relatório de avaliação de receitas e despesas do primeiro bimestre, deve ser mais modesto do que cogitado anteriormente. Ontem, os técnicos haviam conseguido reduzir o tamanho do contingenciamento da faixa de R$ 60 bilhões para a casa dos R$ 40 bilhões. O dado final ainda não estava fechado e pode ser menor, ao redor de R$ 30 bilhões.
A área econômica refazia as estimativas de receitas para diminuir o contingenciamento, sob pena de prejudicar o início da recuperação da economia.
"Estamos finalizando os cálculos sobre leilão de petróleo e gás, avaliando as estimativas de resultado do novo programa de repatriação, fazendo uma avaliação mais precisa do programa de regularização tributária e da correlação entre a retomada e a arrecadação", disse o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
O Orçamento de 2017 foi elaborado com base em uma alta do PIB de 1,6%, percentual que foi reduzido. "Amanhã (hoje) vamos anunciar a previsão. Estamos fechando. Ainda vamos verificar a questão de impostos. Será uma combinação possível entre o corte e, se for necessário, impostos", indicou Meirelles, referindo-se ao aumento de tributos. "Nosso compromisso é cumprir a meta de déficit primário de R$ 139 bilhões, bem menor que o de 2016 e muito melhor do que seria o de 2017 caso a tendência de despesas continuasse crescente. Teríamos um déficit de R$ 280 bilhoes", completou.
Ontem à noite o presidente Michel Temer reuniu-se com os ministros da Fazenda, do Planejamento, Dyogo de Oliveira, e com a advogada-geral da União, Grace Mendonça, para discutir o tamanho do corte. O governo procura mais receitas. Temer não gostou da proposta de aumento da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre combustíveis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário