- Folha de S. Paulo
Uma nova proposta de reforma da Previdência será conhecida nesta terça-feira (18), com a apresentação do texto costurado entre o governo federal e o deputado Arthur Maia (PPS-BA).
Essa, na verdade, é apenas mais uma de muitas versões que vão aparecer até que se chegue ao final da tramitação. Serão necessárias ao menos cinco votações entre comissões e plenários na Câmara e no Senado.
Até a promulgação das novas regras, haverá muito espaço para discussões. Nesse debate, é importante que algumas coisas não se percam.
Por exemplo, que a idade mínima de 65 anos passe a valer para todos os brasileiros. Hoje, a regra se aplica apenas a homens do setor privado que não conseguem alcançar 35 anos de contribuição para se aposentar mais cedo.
E que o teto do INSS (R$ 5.531) seja aplicado a todas as pessoas, com o fim da concessão de benefícios acima desse valor para funcionários públicos e políticos.
Nenhuma das propostas apresentadas até agora garante essas duas mudanças. A reforma reduz desigualdades, mas mantém privilégios.
Outro efeito desejável, equilibrar gasto e arrecadação, também não será alcançado com as novas regras. Por isso, já houve muitas reformas. E haverá outras. Todos os últimos três presidentes mudaram algo. Não é só uma maldade do governo atual.
Em janeiro de 2016, Dilma Rousseff afirmou que iria "encarar a reforma da Previdência" e que "não é possível que a idade média de aposentadoria no país seja de 55 anos".
Em 2003, Lula afirmou que era necessário "um sistema justo e sustentável, que garanta pagamento das atuais e futuras aposentadorias." E que "muito em breve não haverá dinheiro para pagar pensões, benefícios e aposentadorias".
"Isso não acontecerá no meu governo. Mas o jovem sofrerá amanhã as consequências." O discurso de Luiz Inácio agora mudou. Mas, na época, Luiz Inácio avisou.
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