- O Globo
Em balanço divulgado ontem à noite, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo estimava que 90% dos cerca de 190 mil trabalhadores de sua base haviam aderido à paralisação.
— Os metalúrgicos aderiram à greve, e muitas empresas ficaram fechadas. Foi um dia histórico, um dia em que a unidade dos trabalhadores está fazendo a diferença — disse Miguel Torres, presidente do Sindicato e vice-presidente da Força Sindical.
Ele ressaltou que não considera a greve de ontem “geral”:
— A greve geral está sendo construída. Reverter o que foi feito pela Câmara é difícil, mas não é impossível. Precisamos de unidade dos sindicatos, se quisermos mudar a situação.
À tarde, em ato na frente da superintendência do INSS na capital paulista, os presidentes das centrais sindicais protestaram contra a reforma da Previdência e classificaram a greve como a maior já realizada no país. Sem dar estimativas de participação, os dirigentes disseram que o êxito da paralisação se refletiu na “adesão e a aprovação da população”.
— Foi a maior greve geral que nós já fizemos. Vocês me perguntam de números, mas número você dá quando é greve de categoria. O importante nessa paralisação foi o apoio da população. Quem não fez greve apoiou a greve — disse Vagner Freitas, presidente da CUT.
Pouco antes do encontro dos dirigentes, a Força Sindical havia divulgado nota em que estimava em 40 milhões o total de trabalhadores que cruzaram os braços ontem.
José Calixto Ramos, presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), fez coro com os colegas das outras centrais sindicais, acrescentando que a paralisação atingiu não apenas as grandes capitais, mas cidades do interior também.
— É difícil mensurar o tamanho da participação. O que sabemos é que foi uma paralisação total. As pessoas tomaram consciência de que estão na iminência de perder direitos conquistados há muito tempo — afirmou Calixto Ramos.
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