Atos bloqueiam rodovias e acessos a aeroportos nas capitais
- O Globo
Os atos convocados em diversas cidades do país atrapalharam o trânsito ontem. Pela manhã, manifestantes interditaram as principais rodovias e ruas de acesso aos centros das grandes capitais. Houve bloqueios também nas vias de acesso aos aeroportos.
O engenheiro Adauto Paez, de 75 anos, enfrentou dois engarrafamentos no Rio. Ele saiu da Ilha do Governador e ficou retido num protesto. Depois, ficou preso na Ponte Rio-Niterói.
— Isso é uma pouca vergonha. Até se a reivindicação deles for alguma coisa razoável, já deixou de ser, perdeu a razão. Isso é um absurdo. Vai atrapalhar todo mundo por que o cara resolveu que não quer trabalhar — reclamou o engenheiro. — Na Ilha, fiquei 45 minutos parado. E aí cheguei aqui (em Niterói) e deu nisso.
BLOQUEIO NO SANTOS DUMONT
O bloqueio ao acesso ao Santos Dumont atrasou Tatiane Santos, que foi ao aeroporto buscar a mãe, que chegava de viagem:
— Tive que desviar do meu caminho para chegar até aqui, porque o túnel Marcelo Allencar estava fechado.
O vigilante Roberson Prado, que esperava no Santos Dumont um voo para Porto Alegre, conta que precisou caminhar por 500 metros sob chuva, porque o trânsito estava parado devido às manifestações.
— Apesar disso, sou a favor dos protestos. Só o trabalhador que paga a conta. Hoje em dia não se tem segurança de FGTS, fala-se em parcelamento de férias e dizem que vão aumentar a jornada de trabalho — contou o vigilante, que gritava “Fora, Temer” enquanto tomava chimarrão no aeroporto.
SALVADOR SEM ÔNIBUS
Em Brasília, a empregada doméstica Liduina Gomes de Luna, que participou dos protestos no fim do dia, deixou de trabalhar mais cedo por falta de ônibus, em razão da greve.
Em São Paulo, motoboys fecharam totalmente o sentido Interlagos da Marginal Pinheiros à noite. Mais cedo, houve bloqueios na Avenida Paulista, de onde o grupo seguiu para se reunir a um ato no Largo da Batata.
Salvador amanheceu sem ônibus e a maioria das escolas públicas e particulares, assim como as universidades públicas, não funcionou.
Outra cidade no qual o serviço de ônibus ficou comprometido foi Recife, que pela manhã teve ruas bloqueadas por protestos. Embora motoristas e cobradores tenham sido liberados no começo da tarde para voltar ao trabalho, até pouco antes das 19h não havia coletivos circulando na capital pernambucana.
Os protestos na capital do Acre, Rio Branco, tiveram pneus queimados, ruas interditadas, bloqueio do acesso ao terminal rodoviário e paralisação de alguns públicos, diz o G1. Em Manaus, houve problemas na circulação de ônibus.
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