Tendência é que pelo menos cinco dos 11 integrantes da bancada, fundamental no impeachment, votem a favor do governo
Marco Grillo, O Globo
Parte essencial do movimento que levou ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), a bancada do PMDB do Rio deverá se dividir na votação do recebimento da denúncia de corrupção passiva contra o presidente Michel Temer (PMDB). Hoje, a tendência é que, dos 11 deputados, pelo menos cinco votem a favor do governo, impedindo o afastamento de Temer por até seis meses e a análise da peça no Supremo Tribunal Federal (STF). A expectativa do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), é votar a questão no dia 17 ou no dia 18 deste mês.
Na votação do impeachment, apenas dois integrantes da bancada fluminense se posicionaram contra o afastamento de Dilma: Celso Pansera, que havia sido ministro da gestão petista, e Leonardo Picciani, que fora eleito líder do PMDB com o apoio do Palácio do Planalto. Picciani, que já tinha uma viagem marcada para o período em que a votação deverá ocorrer, desmarcou e voltará à Câmara dos Deputados para votar contra a denúncia. O retorno do ministro do Esporte, no entanto, não vai se traduzir em um voto a mais para Temer, pois quem sairá para dar lugar a ele é o deputado Wilson Beserra, que já se posicionou publicamente contra a aceitação do documento apresentado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Outro peemedebista que já se manifestou publicamente a favor do governo é Altineu Côrtes. O parlamentar é investigado em um inquérito no STF por, supostamente, atuar para achacar o grupo Schahin. Outros nomes do PMDB do Rio fazem parte da mesma investigação: o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e os ex-deputados Alexandre Santos, Nelson Bornier e Solange Almeida, além do operador Fernando Baiano, ligado ao partido.
O grupo foi citado por Janot na denúncia contra Temer: segundo o procuradorgeral, “a organização criminosa” investigada no inquérito em andamento no STF é a mesma que atuou no suposto crime do presidente. Em uma reunião de bancada, a citação de Janot foi usada como argumento por quem defende o voto favorável ao governo: com a rejeição da denúncia, pelo menos por ora, os danos ao grupo seriam minimizados.
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