Cristiane Agostine | Valor Econômico
SÃO PAULO - Em meio à crise interna do PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que "é preciso reconhecer os erros e corrigi-los". Segundo o ex-presidente, se o partido não fizer isso, perderá a capacidade de expressar um sentimento de "esperança". FHC afirmou também que a legenda precisa mostrar-se diferente do PMDB e se não fizer isso enfrentará nas próximas eleições a mesma resistência do eleitorado que os pemedebistas enfrentam hoje.
O ex-presidente evitou falar sobre o presidente licenciado da sigla, senador Aécio Neves (MG) e não quis declarar sua opinião sobre a permanência do senador, investigado pela Operação Lava-Jato, no comando do partido. "Não quero falar sobre PSDB. Todos os partidos estão desgastados", disse. "É preciso reconhecer os erros e corrigir. Se não fizer isso, os partidos sobrevivem, mas vão perdendo a seiva", afirmou, ao participar de um debate sobre a Venezuela promovido por sua fundação.
O ex-presidente limitou-se a dizer que sua opinião sobre Aécio e sobre os rumos do PSDB será publicada em artigo nos próximos dias. O tucano disse que no mesmo artigo vai expressar sua opinião sobre o governo Michel Temer, que na semana passada conseguiu barrar na Câmara a segunda denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República.
A bancada do PSDB se dividiu na votação, mas a maioria votou pelo prosseguimento das investigações, diferentemente da primeira votação, quando a maior parte da bancada apoiou o arquivamento.
"O PSDB vai ter que se definir. Como é que vamos entrar nas eleições? Tem que dizer: é carne de peixe ou carne de vaca? Como é que se apresenta ao eleitorado?", disse, ao Valor PRO.
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