Impulsionado pela reação do mercado de trabalho, resultado melhora expectativa de vendas no Natal
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Daniela Amorim / O Estado de S. Paulo
RIO - Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo IBGE mostram que o mercado de trabalho no País movimentou R$ 188,1 bilhões em salários no terceiro trimestre. O resultado representa quase R$ 7 bilhões a mais em circulação em um ano e impulsiona a expectativa de vendas de Natal. Em um trimestre, a massa salarial cresceu R$ 2,6 bilhões. “Ela cresce porque aumenta o total de pessoas ocupadas e o rendimento delas também”, disse Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que o varejo movimentará R$ 34,3 bilhões em vendas no Natal de 2017, alta de 4,3% em relação ao mesmo período de 2016. “A remuneração do trabalho é o combustível do consumo tanto de bens quanto de serviços”, disse Fabio Bentes, chefe da Divisão Econômica da CNC.
O mercado de trabalho brasileiro movimentou R$ 188,1 bilhões em salários no terceiro trimestre do ano. O resultado representa quase R$ 7 bilhões a mais em circulação na economia no período de um ano, impulsionando a expectativa de venda para o próximo Natal. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Depois de atingir o auge de R$ 191,5 bilhões no quarto trimestre de 2014, a massa de salários começou uma derrocada até atingir R$ 181,1 bilhões no terceiro trimestre de 2016. De lá para cá, cresceu 3,9% – o que representa uma recuperação de R$ 7 bilhões.
“Nós sabemos que a remuneração do trabalho é o combustível do consumo tanto de bens quanto de serviços. A tendência é que a gente revise para cima as projeções das vendas para o Natal deste ano”, reconheceu Fabio Bentes, chefe da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
A CNC estima que o varejo movimente R$ 34,3 bilhões em vendas no Natal de 2017, um crescimento de 4,3% em relação ao mesmo período do ano passado, após dois anos seguidos de perdas. “O mercado de trabalho sempre dá o lastro para o consumo. Fatores temporários, como redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) ou liberação de sa- ques do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) dão um empurrão, mas não sustentam”, completou Bentes.
Perspectiva. O economista chefe da MB Associados, Sergio Vale, concorda que o desempenho da massa salarial dá uma perspectiva melhor para as vendas de Natal. Além disso, com o aumento da população ocupada, muitas pessoas deixam de temer o desemprego, o que pode elevar o consumo. “Os sinais do mercado de trabalho são muito positivos, e são melhores do que o imaginado”, disse Vale.
Em apenas um trimestre, a massa de salários em circulação na economia cresceu R$ 2,6 bilhões. “A massa de salários cresce porque aumenta o total de pessoas ocupadas e o rendimento delas também”, decla- rou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Segundo Azeredo, o aumen- to na renda propicia o início de um círculo virtuoso, em que o crescimento da renda disponível gera mais demanda por bens e serviços e, consequentemente, impulsiona a produção e a geração de novos empregos.
Em um ano, houve criação de 1,462 milhão de novos postos de trabalho em todo o País. A renda média também ficou maior, com alta de 2,4%, para R$ 2.115. Em relação ao trimestre anterior, houve elevação de 0,3% no rendimento médio.
Poder de compra. O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) lembra que o arrefecimento da inflação tem sido fundamental para a evolução da massa de renda no País, uma vez que deixa de corroer o poder de compra dos trabalhadores.
“O crescimento da massa abre possibilidades de ter um maior dinamismo do mercado doméstico no fim do ano. Isso inclusive se expressa nos indicadores de confiança dos empresários. Mas ninguém está esperando nenhuma reviravolta. Tudo com muita calma, mas na direção favorável”, ponderou Rafael Cagnin, economista chefe do Iedi. /
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