Por Fernando Taquari | Valor Econômico
SÃO PAULO - O governador de Goiás, Marconi Perillo, ganhou um novo aliado em sua disputa com o senador Tasso Jereissati (CE) pela presidência do PSDB. Governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja engrossou o coro dos tucanos que consideram o goiano o melhor nome para unificar o partido a partir de dezembro, quando uma nova executiva deve ser eleita.
"Sou entusiasta da candidatura do Marconi Perillo. Ele é conciliador, busca a unidade interna, e não a divisão", afirma Azambuja ao Valor. "Tasso é ótimo companheiro, mas entendo que o PSDB deve ter um presidente conciliador, que converse com todos os lados que estão se digladiando", acrescenta.
Tasso tem o apoio dos tucanos chamados de "cabeças pretas", que defendem o rompimento com o governo Michel Temer e uma autocrítica no PSDB diante de erros cometidos por sua lideranças. Marconi Perillo está mais próximo da ala governista.
Azambuja diz que vê com preocupação a disputa entre os deputados tucanos que são favoráveis à permanência do PSDB na base de Temer e aqueles que defendem o rompimento. "Conversei com o Geraldo Alckmin [governador de São Paulo] e ele defendeu que a gente busque a conciliação interna", disse Azambuja, para quem a bancada do partido " tem uma responsabilidade com aquilo que sempre foi a pauta do PSDB, as reformas estruturantes do Estado brasileiro". Segundo Azambuja, "a gente não pode se deixar contaminar pelo ambiente político. Não estamos fazendo a reforma para o presidente Michel Temer. Estamos fazendo pelo país", afirma.
O governador tucano discorda do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que em artigo publicado nos jornais "O Globo" e "O Estado de S. Paulo", defende o desembarque em dezembro. "Respeito a posição do presidente Fernando Henrique, mas acho um equívoco o PSDB discutir isso agora", diz.
Os ministros do partido, de acordo com Azambuja, cumprem "um ótimo papel" no desenvolvimento de políticas públicas na gestão Temer. "Sair do governo muda o quê?", indaga.
"Acho que o PSDB tem um compromisso com o país e a gente não pode fugir das nossas origens. O próprio Fernando Henrique, quando presidente, foi reformista", diz, ao manifestar preocupação com aumento dos gastos públicos com a Previdência Social.
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