sábado, 30 de dezembro de 2017

Coluna do Estadão: Empréstimo a petista irrita aliados de Temer

DEM e PPS estão em pé de guerra com o governo porque, em tempo de contenção de despesas, o Banco do Brasil liberou R$ 600 milhões para o governo da Bahia, do PT.

Enquanto o governo ameaça os aliados de retaliação se não votarem a reforma da Previdência, o Banco do Brasil acaba de liberar R$ 600 milhões para o governo da Bahia, comandado pelo PT, maior adversário do Planalto. O DEM e o PPS estão em pé de guerra porque o dinheiro chega para o governador petista Rui Costa no ano eleitoral de 2018, quando Rui irá tentar a reeleição. Seu principal adversário na disputa será o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM). Aliado do demista, Arthur Maia (PPS) já falou até em deixar a relatoria da Previdência.

» Bastidores. O senador Otto Alencar (PSD-BA), aliado do governador Rui Costa, diz que o presidente Temer prometeu liberar o empréstimo em troca de os deputados do PSD da Bahia ajudarem a garantir quórum na votação da 2.ª denúncia contra ele.

» Trato é trato. O partido cumpriu sua parte com a presença dos cinco deputados do PSD da Bahia no plenário. Eles votaram contra Temer, mas ajudaram a garantir a sessão que decidiu pelo arquivamento da acusação contra o presidente.

» Cumpre-se. O empréstimo saiu dois meses depois da votação quando já havia ordem judicial para ser liberado. O BB diz que não comenta o assunto.

» Deixa disso. A liberação de empréstimo do Banco do Brasil para o governo do PT no Ceará também gerou atrito com aliados da base. No entanto, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), contornou a situação assumindo a paternidade da liberação.

» #prontofalei. Incentivador da campanha de Rodrigo Maia ao Planalto, o deputado Danilo Forte (DEMCE) reforça a corrente da sigla que defende o desembarque do governo Temer. “Se o DEM quer ter uma cara nova, não pode caminhar ao lado das velhas companhias”, diz.

» Segue o jogo. As articulações em torno de Rodrigo Maia não interromperam as conversas no Palácio do Planalto sobre sucessão presidencial, que giram em torno de Michel Temer e Henrique Meirelles (Fazenda).

» E daí? Com três sobrinhos nomeados no Ministério do Trabalho, o líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes, diz que não vê problemas em indicar parentes para cargos no governo.

» La Garantia Soy Yo. “As pessoas recrutadas para trabalhar comigo foram escolhidas porque são eficientes e da minha confiança”, diz.

» Tudo meu. Além dos parentes, Jovair indicou amigos para cargos no ministério do demissionário Ronaldo Nogueira. Entre eles, o secretário de Economia Solidária, Natalino Oldakiski. » Tô fora. Secretário interino de governo da Prefeitura de São Paulo, Milton Flávio se recusou a assinar documento com a sanção da lei que deu o nome da ex-primeira-dama Marisa Letícia a um viaduto da capital.

» Papo reto. Milton afirma que não vê razão para a homenagem. “Se não tivesse falecido, ela estaria condenada junto com o Lula. Ela não merece a homenagem”, diz. Não se sabe se o prefeito João Doria (PSDB), desafeto do ex-presidente, irá na inauguração da obra.

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