sábado, 30 de dezembro de 2017

Maia admite ser um ‘presidenciável’

Pela primeira vez, presidente da Câmara afirma que o nome dele é um ‘dos três ou quatro’ cogitados pelo DEM para disputar o Planalto

Denise Luna / O Estado de S. Paulo.

RIO - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, negou ontem o desembarque do DEM do governo do presidente Michel Temer, mas admitiu pela primeira vez que seu nome é um dos “três ou quatro” que estão sendo cogitados pelo partido para disputar as eleições presidenciais do ano que vem. Maia, contudo, voltou a dizer que não tem intenção de ser candidato.

“O DEM há muitos anos luta por um projeto nacional próprio, não conseguiu construir as condições, mas em momentos de crise, em momentos de mudança, quem conseguir se organizar melhor gera as condições para disputar a eleição nacional com chance de vitória”, avaliou Maia ao participar, no Rio de Janeiro, do lançamento do Programa Dinheiro Direto na Escola, que vai destinar R$ 27,6 milhões para 785 escolas estaduais e municipais.

Segundo Maia, os outros nomes cogitados pelo DEM seriam o prefeito de Salvador, ACM Neto, o senador goiano Ronaldo Caiado e o atual ministro da Educação, Mendonça Filho, que também participou do evento no Rio. Outro nome especulado pelo partido, o apresentador Luciano Huck, já foi completamente descartado, segundo Maia. “Ele escreveu um artigo dizendo que não ia mais concorrer. Agora não dá mais, como pode um candidato dizer que não vai e depois ir?”

Meirelles. Uma eventual chapa formada com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, não faz parte dos planos do DEM e de Maia, que considera que os eleitores seriam os mesmos para os dois candidatos, e, portanto, não acrescentaria votos a nenhum dos dois. “O importante agora é o DEM organizar sua base, porque ninguém disputa uma eleição presidencial sem ter aeroporto para aterrissar nos Estados”, afirmou, referindo-se à importância do apoio dos Estados na campanha. Mesmo sem Meirelles na chapa, Maia defende o governo Temer e vê convergência nas agendas entre o DEM e o PMDB. “Nossa agenda de reformas na área econômica é convergente com a agenda do governo, não temos porque criar qualquer tipo de atrito com um governo que tem uma agenda corajosa, que tirou o Brasil da pior crise econômica da sua história”, afirmou.

O presidente da Câmara disse considerar difícil um partido político fazer uma campanha presidencial no Brasil sem alianças, mas que ainda não há uma definição sobre a campanha de 2018. “No quadro pulverizado do Brasil ninguém consegue vencer as eleições sozinho.”

Maia informou ainda que em fevereiro o DEM vai realizar a convenção nacional, mas só depois da saída de ministros e prefeitos de seus cargos para disputar as eleições de 2018 será anunciado o candidato do partido.

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