Camila Turtelli e Thiago Faria / O Estado de S. Paulo.
A agência Reuters reeditou a entrevista com o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia. O texto original, publicado na noite de sexta-feira, dizia que Segovia tinha afirmado que a tendência era de arquivamento da investigação sobre o chamado Decreto dos Portos, que envolve o presidente Michel Temer.
Na alteração do conteúdo, a Reuters trocou o verbo “afirmar” por “indicar” ao qualificar as declarações de Segovia. A agência faz a seguinte ressalva aos leitores: “Esclarece que Segovia disse que até o momento não há indício de crime no caso, indicando, em vez de afirmando, que a tendência é que a PF arquive o caso”.
A entrevista teve grande repercussão e levou o ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso a intimar Segovia para prestar esclarecimentos. Entidades representativas da PF criticaram as declarações. Em nota divulgada anteontem, Segovia negou ter dito que iria arquivar o inquérito.
O ministro da Secretaria de verno, Carlos Marun, divulgou vídeo ontem no qual faz uma defesa do diretor-geral da Polícia Federal. Segundo o ministro, Segovia tem o “dever de observar inquéritos de grande repercussão, até para que a PF não seja utilizada como instrumento de guerra política”. “Estranho essa celeuma que se estabelece no momento em que o diretor-geral da Polícia Federal verbaliza o óbvio: que num inquérito aonde não existem provas, não existem indícios, que não existe sequer a materialização do ato ilícito, tenha a tendência de ser arquivado.”
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