Fabio Murakawa | Valor Econômico
O presidente Michel Temer e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin devem se reunir nos próximos dias para discutir uma possível aliança entre PMDB e PSDB na eleição presidencial. O Palácio do Planalto afirma que o encontro ainda não tem data marcada, mas deve acontecer nesta semana. Temer tem agenda hoje na capital paulista, onde participa de evento da Associação Paulista de Supermercados (Apas). Volta horas depois para Brasília, onde deve receber em um jantar no Palácio da Alvorada lideranças regionais do MDB.
Alckmin e Temer tentam alavancar suas candidaturas à Presidência da República, que a cinco meses das eleições apresentam baixos índices de intenção de voto, segundo as pesquisas. Segundo o jornal "Folha de S.Paulo", ambos falaram por telefone na última quinta-feira, quando decidiram se encontrar.
Anteontem, em pré-campanha em Teresina, Alckmin afirmou que não iria comentar a possibilidade de uma coligação, mas disse que o pré-candidato do MDB à presidência é o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, e não Temer. "Seria uma indelicadeza garantir qualquer aliança nesse momento, já que o MDB tem um pré-candidato, que é o ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles", disse ao jornal "O Globo". O tucano também esteve no Piauí com o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), com quem jantou.
A executiva do PSDB reúne-se nesta semana em Brasília para discutir assuntos de campanha. Fontes na legenda avaliam que o interesse de Alckmin em uma aproximação com o MDB tem o objetivo de angariar palanques para o ex-governador nos Estados, ao unir-se ao partido que tem maior capilaridade no Brasil.
Afirmam ainda que o ex-governador não pretende fazer uma "defesa do legado" do governo Temer, como deseja o presidente. As conversas, se ocorrerem, irão mais no sentido de tentar atrair Meirelles, para compor uma chapa como vice de Alckmin, segundo as fontes.
Meirelles, por sua vez, tem dito em tom jocoso que aceitaria compor chapa com o PSDB, desde que coubesse aos tucanos a vice.
Dentro da campanha do ex-ministro, a divulgação dessas conversas entre Alckmin e Temer é vista como uma "forçação de barra", já que ambos precisam fazer suas candidaturas decolarem o mais rapidamente possível para chegar ao período de convenções, entre julho e agosto, com alguma musculatura. Meirelles não foi convidado até o momento para a conversa entre o presidente e o ex-governador.
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