- Folha de S. Paulo
Segundo turno será concurso de rejeições ao PT e a Bolsonaro
Se tudo der errado para o PSDB, Fernando Henrique topa apoiar o PT no segundo turno. Já Fernando Haddad considera impossível se aliar aos tucanos contra Jair Bolsonaro. Marina Silva, que já esteve com Aécio Neves, só quer conversa com quem não foi pego “no doping da Lava Jato”. Se cair no primeiro turno, Ciro Gomes diz que prefere a morte.
O desinteresse do eleitorado e a polarização exacerbada da corrida eleitoral deste ano indicam que o próximo presidente da República será definido pela conjunção de três forças: o antipetismo, o antibolsonarismo e a vontade de morrer.
As projeções de segundo turno apresentadas pela nova pesquisa do Datafolha apontam que boa parte dos eleitores se mantém cerrada em suas fileiras quando seu favorito não avança para um embate direto.
O percentual de votos em branco e nulos chega a 32% quando Geraldo Alckmin (PSDB) fica cara a cara com Fernando Haddad (PT). Há quatro anos, esse índice era de apenas 9% para Dilma Rousseff versus Aécio.
Aliado do PT por anos, Ciro Gomes (PDT) abusou do drama quando foi pressionado a se posicionar em um confronto final entre Haddad e Bolsonaro (PSL). “Vale morrer? Precisamos desesperadamente dar uma saída que não seja extremista.”
Era jogo de cena de um candidato magoado com o tratamento que recebeu dos petistas este ano. Ciro e outros candidatos com origens e eleitores na esquerda —inclusive Marina (Rede)— tendem a se alinhar contra Bolsonaro em praticamente qualquer cenário de segundo turno.
Por ora, a rejeição ao deputado do PSL é o que faz com que ele seja derrotado em quase todas as simulações de confronto direto. Bolsonaro só bate Haddad, que é puxado para baixo pelo antipetismo e pelo fato de ainda ser desconhecido.
O segundo turno se dará num campo de batalha pouco amistoso. Marina Silva até poderia escapar ilesa das três forças negativas, mas sua falta de estrutura e o embate acirrado entre os demais candidatos parecem afastá-la da fase final da disputa.
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