Por Vandson Lima | Valor Econômico
BRASÍLIA - O resultado das eleições de 2018 pode promover um deslocamento do eixo de poder no PSDB. Perdem força a representação paulista, responsável por sete das oito candidaturas presidenciais tucanas, e o Centro-Oeste, onde a sigla detém o comando de três dos quatro Estados e, segundo as pesquisas, deve ficar com apenas um. Emergem Antonio Anastasia em Minas Gerais, agora sem a sombra de Aécio Neves, e Eduardo Leite, de apenas 33 anos, que surpreende na disputa pelo governo do Rio Grande do Sul.
Realizada a rodada completa de pesquisas do Ibope para candidatos ao governo, o PSDB, que lançou candidaturas próprias em 12 Estados, lidera em quatro: Minas, Rondônia, Roraima e Mato Grosso do Sul. Este último é o único caso em que o atual governador é tucano, concorre à reeleição e lidera a disputa.
Eixo de poder do PSDB deve se mover para RS e Minas
O resultado das eleições de 2018 pode trazer um deslocamento no eixo de poder do PSDB. Perdem força a representação paulista, responsável por sete das oito candidaturas presidenciais tucanas, e o Centro-Oeste, onde a sigla detém o comando de três dos quatro Estados e, indicam as pesquisas, deve permanecer em apenas um. Emergem Antonio Anastasia em Minas Gerais, agora sem estar à sombra de Aécio Neves, e Eduardo Leite, de apenas 33 anos e que surpreende na disputa pelo governo do Rio Grande do Sul.
Realizada a rodada completa de pesquisas do Ibope para candidatos ao governo, o PSDB, que lançou candidaturas próprias em 12 Estados, lidera neste momento em quatro: Minas, Rondônia, Roraima e Mato Grosso do Sul. Neste último, é o único caso em que o atual governador é tucano, concorre à reeleição e lidera. Reinaldo Azambuja alcança 40% das intenções, contra 29% do candidato Juiz Odilon (PDT). Um eventual segundo turno, contudo, pode ser perigoso ao tucano: ele venceria hoje com uma diferença de apenas 5 pontos percentuais, 44% a 39%. Há duas semanas, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca na casa e no gabinete de Azambuja, em investigação relativa a suposto pagamento de propina a representantes da cúpula do governo. Um dos filhos do governador foi preso.
Governadores em Goiás e Mato Grosso e candidatos à reeleição, José Eliton e Pedro Taques se encontram na segunda colocação nas respectivas disputas, perdendo por larga margem. Uma derrota em Goiás atingiria ainda as pretensões de protagonismo no tucanato de Marconi Perillo, quatro vezes governador do Estado. Sua eleição para uma das duas vagas ao Senado não é garantida. Ele aparece com 29%, empatado tecnicamente com Jorge Kajuru (PRP) e Vanderlan Cardoso (PP), ambos com 28%, e Lúcia Vânia (PSB), com 26%.
Em São Paulo, João Doria está no momento mais delicado desde que deixou a prefeitura da capital para se candidatar ao governo. No primeiro turno, Doria aparece tecnicamente empatado com Paulo Skaf (MDB), 22% a 24%. No segundo turno, o emedebista abre vantagem, com 39% a 31%. Pesa contra Doria o maior índice de rejeição da disputa paulista, de 33%, em muito influenciada por sua saída antecipada da gestão municipal, apenas 15 meses após tomar posse.
No Rio Grande do Sul, Eduardo Leite fez trajetória oposta a Doria. Cumpriu o mandato como prefeito de Pelotas entre 2013 e 2016 e recusou concorrer à reeleição. À época, Leite deixou claro que ia se preparar para ser candidato ao governo gaúcho dois anos depois. Leite agora aparece na segunda colocação, com 26% das intenções, contra 31% do governador, José Ivo Sartori (MDB). No segundo turno, empate técnico com vantagem para o tucano, de 40% a 37%.
A princípio resistente em disputar novamente o governo de Minas, Anastasia pode sair do pleito como um novo grande nome do tucanato, desbancando o PT no segundo maior colégio eleitoral do país. Em ascensão, Anastasia lidera com 33%, contra 22% do atual governador, Fernando Pimentel (PT).
Surgido para a política pelas mãos de Aécio, Anastasia colocou como condição para concorrer se desvencilhar do padrinho, às voltas com a Justiça após a divulgação de gravações em que pedia dinheiro ao empresário Joesley Batista.
Roraima e Rondônia têm tucanos bem posicionados na disputa. José de Anchieta (RR) e Expedito Júnior (RO) lideram as eleições locais com, respectivamente, 41% e 32%.
Três candidatos do PSDB apontam para derrotas certas. No Ceará, General Teóphilo deve sofrer um revés acachapante para Camilo Santana (PT). De acordo com o Ibope, o governador tem 69% das intenções, contra 7% do tucano.
No Piauí, Luciano Nunes é o terceiro colocado, com 10%, em outra disputa cuja dianteira é de um governador do PT, Wellington Dias, que alcança 46%. No Maranhão, o senador Roberto Rocha tentou se colocar como alternativa à polarização entre o governador Flávio Dino (PCdoB) e Roseana Sarney (MDB), mas está somente na quarta colocação, com 2% das intenções.
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