Por Marina Falcão | Valor Econômico
RECIFE - O candidato do PSDB ao Planalto, Geraldo Alckmin, atacou o discurso desalinhado entre o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) e o seu guru econômico, Paulo Guedes. “Como pode alguém que diz que não sabe nada de nada e vai questionar Paulo Guedes, o posto Ipiranga? O posto Ipiranga já pegou fogo”, disse Alckmin, em campanha no Recife.
O tucano classificou como absurda ideia de propor a recriação de impostos sobre movimentação financeira, proposta que foi apresentada por Guedes durante evento essa semana e logo em seguida criticada por Bolsonaro, pelo Twitter. "O rico vai levar o dinheiro para afora e quem vai pagar é população mais pobre. Alíquota única de Imposto de Renda quem vai pagar é classe média”, afirmou o tucano, que defendeu uma redução da carga tributárias que seria compensada por um imposto sobre lucros e dividendos.
Sem decolar nas pesquisas de intenção de voto, o tucano disse que não vai “procurar ativamente" outros candidatos para uma união das candidaturas em torno de um só nome mais competitivo contra a polarização entre os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). A ideia de união do centro foi sugerida pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em carta. “É legítimo que eles sejam candidatos. A carta do Fernando Henrique é uma reflexão para os eleitores”, afirmou Alckmin.
Em entrevista à Rádio Jornal, o presidenciável tucano disse que o voto “Bolsonaro elege o PT, é passaporte para o PT voltar”, mas a eleição "está ainda em aberto", pois historicamente os últimos 15 dias de campanha são cruciais para o resultado.
Sem palanque
Alckmin ficou sem palanque em Pernambuco. Candidato do PTB ao governo do Estado, o senador Armando Monteiro, que disputa em pé de igualdade com o governador Paulo Câmara (PSB), não declarou apoio ao tucano, apesar da aliança nacional entre os partidos.
Monteiro chegou a dizer que votaria no ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, se ele pudesse ser candidato. Com a substituição do petista pelo ex-ministro Fernando Haddad (PT), se declara no momento ainda indeciso sobre o voto, mas nos bastidores se comenta que o senador está em conversas com Ciro Gomes (PDT). “Política não se obriga, se conquista. O meu candidato é o Armando Monteiro, que está indo bem e está subindo”, disse Alckmin, em entrevista à Rádio Jornal.
Outra liderança local que deixou Alckmin na mão foi o deputado Jarbas Vasconcelos (MDB). Líder na disputa pelo Senado, o emedebista é historicamente um crítico ferrenho do PT, mas tem escondido em seus discursos o voto em Alckmin. Ele é candidato pela chapa do governador Paulo Câmara, que se aliou ao PT.
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