Presidenciável afirmou que o texto era uma reflexão necessária para combater os extremismos
Kléber Nunes | O Estado de S.Paulo
RECIFE - O candidato à Presidência do PSDB nas eleições 2018, Geraldo Alckmin, disse nesta sexta-feira, 21, no Recife, que a carta divulgada ontem pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso “era uma importante reflexão” para o atual momento político do Brasil. Alckmin afirmou que o texto não foi direcionado para ele ou outro candidato específico, mas um conselho para todos de que “o extremismo não vai ajudar o País a sair da crise”.
“Não podemos ir para os radicalismos, o Brasil perde com isso. A carta é uma reflexão, pois nesses 15 dias é que vamos ter uma definição da eleição. Concordo plenamente (com a carta) porque ela não é pessoal, é uma reflexão sobre o momento político”, declarou Alckmin.
Dos representantes do extremismo citado por Fernando Henrique, Alckmin reforçou as críticas ao deputado Jair Bolsonaro (PSL), que lidera as pesquisas de intenção de votos e tem ocupado o papel de anti-PT que foi do PSDB. O tucano aproveitou o desentendimento entre o economista da campanha de Bolsonaro, Paulo Guedes, e o candidato sobre a criação de um novo imposto aos moldes da extinta CPMF e a unificação das alíquotas do Imposto de Renda para pessoa física, para atacar o adversário.
“A pessoa dizer 'olha, terceirizei o governo para o Paulo Guedes', dá nisso. Veja que absurdo, no momento que você tem carga tributária altíssima, você propor mais impostos. O rico vai levar o dinheiro para fora como aconteceu na Argentina e o imposto de renda com a alíquota única quem vai pagar é a classe média, está errado”, criticou.
Na passagem rápida de Alckmin pelo Recife, ele se reuniu com famílias de pessoas com deficiência. Recebido pela deputada federal por São Paulo, Mara Gabrilli (PSDB), o presidenciável foi cobrado pelas ONGs por não ter nenhuma proposta para esse público em seu plano de governo.
“Ficamos felizes que o senhor veio nos escutar, mas eu pesquisei sobre deficiência nos programas de governo de todos os candidatos e quase não encontrei propostas de políticas públicas para os nossos filhos, no do senhor não tem nada. Gostaria de saber o que o senhor vai fazer por essa geração de invisíveis”, questionou a presidente da União de Mães de Anjos – entidade que reúne as famílias das crianças com microcefalia causada pelo vírus da zika –, Germana Soares.
Alckmin respondeu prometendo que, se eleito, realizaria ações de atendimento nas áreas da saúde e assistência social a partir da criação de uma rede. O candidato também citou a fase de conclusão da vacina tetravalente contra a dengue que está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan como modelo para investir, em um eventual governo, em mais vacinas.
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