Por Maria Cristina Fernandes | Valor Econômico
SÃO PAULO - O Alto Comando do Exército se reúne hoje para definir as promoções da carreira. São três reuniões anuais. A desta semana, pela primeira vez desde o fim da ditadura, será influenciada e pode vir a influenciar a formação do governo.
O colegiado é composto por 16 generais quatro estrelas. Dois deles deixarão o colegiado, o general Luiz Eduardo Ramos, atual comandante do Comando Militar do Sudeste, nomeado pelo presidente para ministro da Secretaria de Governo, e o general Mauro Cesar Lorena Cid, atual chefe do Departamento de Educação e Cultura do Exército.
Há três generais de divisão na disputa pelas duas vagas. O secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional, Valério Stumpf Trindade, o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros e Tomás Ribeiro Paiva, que foi chefe de Gabinete do ex-comandante do Exército, o general Eduardo Villas-Boas, e hoje é o comandante da 5ª Divisão do Exército, em Curitiba.
Como os dois primeiros ocupam cargos civis, é provável que, promovidos, voltem ao Exército, caso contrário não poderão integrar o Alto Comando. Os generais agregados não podem participar do colegiado. É o caso, por exemplo, do general Ramos, que o deixará para integrar o ministério. Sua transmissão de cargo no Comando Militar do Sudeste está marcada para o dia 3 e a posse na Secretaria de Governo, para o dia subsequente. O general Stumpf é hoje quem praticamente toca o dia-a-dia do GSI, formalmente capitaneado pelo general Heleno Ribeiro.
As promoções são definidas por uma eleição em que cada um dos 16 generais recebe uma cédula e escreve, anonimamente, o nome de seu candidato para cada um dos postos em disputa. A reunião é destinada ao preenchimento dos postos do generalato. Cabe ao integrante mais novo do colegiado abrir a urna, durante a reunião, para a contagem dos votos. Dos 400 formandos anuais da Aman, 20 chegam a general duas estrelas, dez a três estrelas e apenas quatro, a quatro estrelas.
Além da promoção, são definidas, por decisão unilateral do comandante do Exército, as remoções. Na reunião desta semana, há, pelo menos, um comando a ser preenchido, o do Sudeste do general Ramos.
Além do comandante do Exército, general Edson Leal Pujol, colega de turma do presidente Jair Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras, integram o colegiado os comandantes regionais (Norte, Amazônia, Planalto, Oeste, Nordeste, Sudeste, Leste e Sul), os chefes de departamento setoriais e o chefe do Estado-Maior.
Nenhum comentário:
Postar um comentário