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Fakenews em versão portenha
O presidente Jair Bolsonaro foi à Argentina por duas razões pelo menos. A primeira: porque a um presidente brasileiro recém-empossado é obrigatório visitar logo de saída seu principal parceiro econômico no continente. Segunda razão: para retribuir a vinda à sua posse do presidente Mauricio Macri.
À falta de uma agenda de acordos a serem fechados, Bolsonaro requentou a ideia da criação de uma nova moeda que chamou de “peso real”. A ideia sequer é dele. Vez por outra reaparece. Mesmo assim, de pronto Bolsonaro acabou desautorizado pelo ministro Paulo Guedes, da Economia, e pelo Banco Central daqui.
A possibilidade de o “peso real” se materializar a curto ou médio prazo é igual a zero. Por cortesia, o ministro argentino da Fazenda elogiou a ideia, mas disse que nada existe de concreto a respeito. Foi mais uma fakenews de Bolsonaro, desta vez em versão portenha. Serve para que ele continue no centro das discussões.
Não foi a única. Em uma dobradinha com Macri, Bolsonaro admitiu que poderá ser fechado em breve um acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. O acordo está sendo estudado desde 1999 pelo menos. Tão cedo sairá do papel. Porta-voz da União Europeia apressou-se em restabelecer a verdade.
Bolsonaro negou que tenha voado a Buenos Aires para ajudar Macri a se reeleger em outubro próximo. Mas foi o que tentou fazer em discursos e entrevistas. Procedeu como Lula e Dilma que na presidência da República se meteram ostensivamente na política de países vizinhos para favorecer seus camaradas.
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