Por
Camila Souza Ramos e Chiara Quintão | Valor Econômico
SÃO
PAULO - Depois da aprovação para uso emergencial pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) da Coronavac e da vacina da AstraZeneca, o
governador João Doria afirmou ontem que espera que o início da vacinação contra
a covid-19 sirva de lição para os negacionistas. “Que sirva de lição aos que
flertam com a morte e com o autoritarismo”, disse, em entrevista coletiva, no
Hospital das Clínicas, na capital paulista.
Doria
disse que a imunização representa “o triunfo da ciência, o triunfo da vida,
contra os negacionistas, os que preferem o cheiro da morte”. “Quero registrar o
crédito à ciência, ao Instituto Butantan”, afirmou.
Durante a coletiva, um grupo de médicos vacinou profissionais da saúde e indígenas. Cerca de uma hora após os diretores da Anvisa declararem seus votos favoráveis ao uso emergencial, pouco mais de 100 pessoas já haviam recebido o imunizante. O governo estadual prevê começar a distribuir as vacinas do Estado de São Paulo ao longo desta semana.
O
secretário da Saúde do Estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou que o
Brasil está começando a vacinação atrás de mais de 50 países que estão
imunizando, em massa, suas populações. “Ainda demoraremos para vacinar tantos
brasileiros quanto precisamos, pois houve uma discussão que saiu da esfera
científica”, disse Gorinchteyn.
Ao
Ministério da Saúde, o governador de São Paulo pediu que a distribuição e a
recomendação do uso da cloroquina sejam interrompidos. “É criminoso fazer crer
que a cloroquina salva. Em alguns casos, a cloroquina mata”, afirmou Doria.
Segundo ele, a vacina vai “ajudar a evitar cenas dramáticas e trágicas, como
vimos em Manaus”.
Doria
disse esperar que “amanhã [hoje] milhares, milhões de profissionais da saúde
estejam recebendo a vacina [contra a covid-19] pelo ministério da Saúde. “A
vacinação deve começar imediatamente. Cada dia conta”, disse Doria, em
entrevista coletiva.
Ele
ressaltou que o governo de São Paulo colocará em prática o plano logístico para
“vacinas que lhe cabem”. “Vamos começar com o Hospital das Clínicas de São
Paulo, de Campinas, Ribeirão Preto e Marília. Na sequência, os demais hospitais
públicos e privados”, disse.
Segundo
Doria, será necessário verificar se o ministério da Saúde irá cumprir com a
proporcionalidade na distribuição para os Estados. De acordo com o governador,
a obtenção de aprovação pela Anvisa para uso emergencial da Coronavac é uma
conquista que fortalece milhões de pessoas que defendem a vida. “Nós dedicamos
a você também anônimo, que soube defender a vacina, o distanciamento, o uso de
máscara”, afirmou.
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