O
crime organizado e as milícias agradecem
No
país dos mais de 200 mil mortos pelo vírus sem que o governo tenha feito grande
coisa para evitar, quase 180 mil novas armas de fogo foram registradas na
Polícia Federal no ano passado – um recorde em relação à série histórica que
começou em 2009.
Foi
um aumento de 91% em relação ao ano anterior, onde o registro de 96.064 armas
representou uma alta de 84% em comparação com 2018, ano em que foi eleito
presidente o ex-capitão Jair Bolsonaro, afastado do Exército por má conduta.
Dito
de outra maneira: nos primeiros dois anos do mal militar que planejou explodir
bombas em quartéis nos anos 80 do século passado, 273.935 novas armas foram
registradas pela Polícia Federal, 183% a mais do que em 2018 e 2017. Taokey?
Não só mais armas, mas armas com maior potencial de fogo, um número maior delas compradas por cidadãos. E também mais munições para cada portador de arma. Bolsonaro chegou a zerar o imposto de importação de revólveres e pistolas.
Sua
decisão foi suspensa pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal,
mas isso não significa que não possa voltar a valer. Armas para todo mundo,
armas para quem quiser é o projeto mais acalentado pelo presidente da
República.
No
final de abril último, na célebre reunião ministerial gravada em vídeo no
Palácio do Planalto, ouviu-se Bolsonaro dizer que povo armado jamais será
escravizado. Ele repetiu o que dissera em um quartel de Santa Maria, no Rio
Grande do Sul, em 2018.
O crime organizado agradece por esse favor. As milícias armadas também. São eles e os clubes de tiro que mais ganham com isso. Mas ganha também no delírio dos Bolsonaro a milícia particular disposta a defendê-los contra uma eventual derrota em 2022.
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